O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, defendeu hoje a necessidade da regulamentação das relações das grandes superfícies com os produtores.
Na conferência de imprensa de balanço da 49.ª Feira Nacional da Agricultura, o também administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), que organiza o certame, disse acreditar que as relações do setor com as grandes superfícies tenderão a ser mais equilibradas.
“Quem deu esta capacidade de negociação às grandes superfícies foi o poder político e só o poder político pode regular”, criando “regras mais equilibradas”, disse.
Pela primeira vez, duas grandes superfícies nacionais estiveram presentes na Feira Nacional da Agricultura, que hoje termina em Santarém, dando destaque aos produtores portugueses, sublinhando Luís Mira que as dificuldades só se ultrapassam “trabalhando em conjunto”.
Como exemplo deu o acordo conseguido para a redução dos prazos de pagamento aos produtores, de 60 para 10 dias, o que permitiu o “avanço de milhões de euros” à produção nacional.
“Não é possível a produção nacional ignorar a grande distribuição nem à grande distribuição ignorar a produção nacional”, afirmou.
Além das presenças do Continente, com o seu Clube de Produtores, e do Pingo Doce, com a mensagem de que o produto nacional é que é bom, a Feira Nacional da Agricultura teve igualmente pela primeira vez um espaço ocupado pela McDonald’s.
A empresa veio mostrar que conta atualmente com cerca de 35 por cento de fornecedores nacionais, que representaram em 2011 28,5 por cento do volume total de compras, quando em 1991, quando iniciaram a atividade em Portugal, todos os fornecedores eram internacionais.
Luís Mira afirmou que a CAP está neste momento a trabalhar com a McDonald’s para que a incorporação de carne nacional passe dos 20 para os 31 por cento, estando com produtores dos Açores a tentar cumprir o caderno de encargos “muito exigente” da empresa.