Cáritas nos Açores deu apoio social de emergência a mais de 3.000 famílias

A Cáritas dos Açores atendeu, em 2012, mais de 3.000 famílias que solicitaram atendimento social de emergência para apoio imediato, sobretudo para alimentação, disse a presidente da instituição, alertando para “um crescente pedido de apoios”.

“Há, de facto, um crescente pedido de apoio, de novos casos e de casos cada vez mais preocupantes de pessoas que perdem o emprego e muitas delas provavelmente em idade que não irão encontrar um novo emprego, pelo menos num curto espaço de tempo”, adiantou à Lusa Anabela Borba, acrescentando que chegam também solicitações “de muitos jovens sem emprego”.
 A presidente da Cáritas dos Açores falava à margem das I Jornadas da Primavera, sobre a “resposta à crise à luz da doutrina social da igreja”, promovidas pelo Serviço Diocesano dos Açores para a Pastoral Social e Mobilidade Humana, que terminou hoje em Ponta Delgada.
A responsável disse que aquelas famílias solicitaram apoio social de emergência “quase sempre para alimentos”, havendo também casos de pedido de “apoio para a renda de casa ou para alguma prestação que está atraso, para ajudas técnicas e também por questões de saúde”.
Em 2012, a Cáritas dos Açores atendeu “mais de 3.000 famílias”, que procuraram a instituição “em situação aflitiva”, tendo Anabela Borba frisado que este ano “os dados do primeiro trimestre também apontam sempre para novos casos”, embora sem precisar números.
“Quem nos procura mais são famílias, muitas das quais em que um ou mais membros do agregado familiar perdeu o emprego. Esta é a característica básica daqueles casos que nos aparecem novos”, disse a responsável, frisando que “os maiores problemas situam-se em São Miguel e na Terceira”.
“Não nos restringimos só à ajuda imediata, também ajudamos as pessoas a fazerem os seus currículos, damos alguns instrumentos para que melhorem a sua situação de vida, nomeadamente formação em competências de literacia, mas também para as questões da gestão doméstica”, acrescentou.
Anabela Borba disse que as instituições têm “sobretudo que trabalhar em rede, não só as da igreja, mas indo mais além com os serviços oficiais com as juntas de freguesia e com outros não católicos que queiram também juntar-se a este trabalho de atendimento de proximidade e de cuidar dos outros”.
A psicóloga Vitória Furtado, membro do Serviço Diocesano para a Pastoral Social e Mobilidade Humana, frisou que existem centros paroquiais e sociais no terreno que “são respostas sociais que poderão de forma organizada colaborar com os movimentos da igreja”.
Uma das conclusões que o Serviço Diocesano retira do seminário prende-se com a necessidade de “articulação entre os vários movimentos e entidades da igreja” e “a utilização mais adequada dos recursos disponíveis nas localidades onde as pessoas estão a passar dificuldades”, referiu.
O padre Cipriano Pacheco, assistente diocesano do Serviço Diocesano da Pastoral Social da Mobilidade Humana, sublinhou à Lusa que o seminário permitiu refletir e formar “numa área que tem sido um pouco esquecida na prática – a doutrina social da igreja”.

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here