Para Carlos César, a decisão do Governo Regional em rescindir o contrato nada teve a ver com “a gritaria desmerecedora e habitual da oposição”.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, convidou, esta terça-feira, o primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, a visitarem o navio Atlântida, para os sensibilizar para a qualidade da embarcação.
“Compreendo as preocupações do autarca (de Viana do Castelo) e respeito muito a defesa que empreende de uma empresa com elevado impacto local e relevância nacional”, afirmou à agência Lusa Carlos César, assegurando que a decisão do Governo açoriano nada teve a ver com “a gritaria desmerecedora e habitual da oposição partidária nos Açores”.
O Atlântida foi encomendado aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) pela empresa pública dos Açores “Atlanticoline”, para fazer a ligação entre as ilhas do arquipélago, mas o Governo Regional anunciou quinta-feira a rescisão do respectivo contrato, porque o navio não cumprir a velocidade contratualizada, nem o prazo de entrega.
Em comunicado, esta terça-feira, divulgado, o autarca de Viana do Castelo, Defensor Moura (PS), manifesta-se convicto de que, após uma visita ao barco, José Sócrates e Carlos César, também socialistas, se aperceberão do “quão injustificada” é a recusa do Governo Regional dos Açores de disponibilizar à população do arquipélago e aos turistas “o usufruto de um navio de tanta qualidade”.
“Sempre afirmei que ajuizaríamos a melhor decisão após a realização das provas de mar do navio e que acautelaríamos na hora certa os interesses contratuais dos Açores e da operação marítima de passageiros pretendida com a construção da embarcação”, afirmou Carlos César, acrescentando que “foi o que o Governo Regional fez, sem ir atrás de ninguém e, muito menos, arrepiar caminho por causa de alguém”.
Frisando que nada move o Executivo regional contra os Estaleiros, Carlos César salientou que “gostaria muito que o navio obedecesse ao que havia sido pedido”. Até porque se trata de um estaleiro “pelo qual optámos com justificação e com gosto”, mas “tal não foi possível e não podemos despender dezenas de milhões de euros para termos o que não queremos, nem quisemos”.
Além do Atlântida, o Governo dos Açores tinha encomendado um segundo navio (Anticiclone) aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, num contrato que, no total, atingia os 50 milhões de euros.
A construção do segundo navio também já foi suspensa.