O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, disse hoje esperar que os serviços de Saúde da Região o continuem a apoiar, mesmo depois dos 70 anos de idade.
O chefe do executivo açoriano, que falava na inauguração do Centro de Aditologia da Horta, referia-se às declarações de Manuela Ferreira Leite, ex-líder nacional do PSD, que admitiu que os doentes com insuficiência renal, com mais de 70 anos de idade e com condições económicas, pudessem pagar os seus tratamentos.
Carlos César admite que haja um «agravamento tendencial da despesa associada à Saúde», mas entende que não devem ser os mais idosos e os mais necessitados a pagar essa factura.
«Não é razoável que, por uma pessoa ter uma determinada idade, tenha de deixar de ser tratado», sublinhou o presidente do Governo dos Açores, adiantando que não espera estar sujeito a hemodiálise, mas espera que, quando chegar aos 70 anos, os serviços de Saúde o continuem a «apoiar».
O governante admite que os serviços públicos de saúde estejam a passar «dificuldades» tanto nos Açores como em qualquer outro lugar do país, mas adianta que as maiores dificuldades «são para as pessoas e não para os orçamentos do Governo».
«Nós aqui dividimos as dificuldade pelas pessoas e pelo Orçamento do Governo», ressalvou Carlos César, acrescentando que o seu executivo continua a apoiar a existência de um serviço público de saúde porque «as pessoas ficam com menos dificuldades, mesmo que o Governo tenha mais dificuldades».
O novo Centro de Aditologia do Faial, instalado numa estrutura pré-fabricada junto ao Hospital da Horta, é um espaço de apoio e tratamento para toxicodependentes, um fenómeno «preocupante» no entender do chefe do executivo.
Carlos César lembra, no entanto, que este espaço, com capacidade para assegurar o tratamento de 60 pessoas, «resolve apenas uma parte do problema», uma vez que a reintegração social e profissional dos toxicodependentes «faz-se lá fora, na sociedade».
No seu entender, mais do que apoiar os tratamentos contra as toxicodependências, o Governo deve investir, sobretudo, nas acções de prevenção nas escolas e nos locais de diversão nocturna, para evitar que mais jovens venha a cair nas teias da droga.
Lusa
