O líder do PS/Açores, Carlos César, defendeu hoje que as regiões autónomas portuguesas não podem ser tratadas de igual forma pelo Estado.
Falando numa sessão pública de apresentação dos candidatos do Partido Socialista (PS) ao concelho das Lajes do Pico, nas eleições autárquicas de 11 de Outubro, Carlos César dirigiu, no entanto, o seu discurso para as legislativas de 27 de Setembro e para o apoio à reeleição de José Sócrates, primeiro-ministro.
No seu entender, o Governo da República não pode “tratar da mesma forma coisas que são diferentes”, lembrando que os Açores são compostos por nove ilhas e a Madeira por apenas duas, razão pela qual os açorianos devem ter direito a uma “discriminação positiva” na Lei de Finanças Regionais, que determina o volume de transferências de verbas do Estado para as regiões autónomas.
“Da Madeira a Porto Santo vão 40 quilómetros, mas de Santa Maria ao Corvo vão mais de 600 quilómetros”, sublinhou Carlos César, para defender que os Açores devem receber mais dinheiro do Estado do que a Madeira.
Uma realidade que, segundo o governante, o “PSD e Manuela Ferreira Leite ainda não conseguiram compreender”, acusando os social-democratas de pretenderem alterar os cálculos das transferências de verbas para as ilhas, de forma a “prejudicar os Açores”.
“Por isso, é decisivo e fundamental para os Açores a vitória do PS e de José Sócrates nas legislativas de 27 de Setembro”, apelou.
Por seu lado, o candidato do PS à presidência da Câmara Municipal das Lajes do Pico optou por denunciar uma alegada “ilegalidade” no município, gerido por uma autarca social-democrata, cujo marido é seu chefe de gabinete.
Segundo Roberto Silva, o marido de Sara Santos “recebeu dinheiro indevidamente” da parte da autarquia, porque, simultaneamente, está colocado como professor numa Universidade no Continente.
Um processo que, segundo explicou, já originou uma queixa-crime no Tribunal Judicial de São Roque do Pico e que “pode levar à perda de mandato” da actual presidente de Câmara.
Roberto Silva acusou ainda a autarca do PSD de “censurar” órgãos de comunicação social, prometer obras que não cumpriu e de ser responsável pelo “atraso” no desenvolvimento do concelho.
Lusa