O presidente do Governo dos Açores afirmou hoje que o memorando de entendimento que está a ser negociado com o Governo português não terá medidas especialmente gravosas devido à boa situação em que se encontra a região.
“Não se prevê que esse protocolo tenha medidas especialmente gravosas para os Açores, nem faria sentido que assim fosse porque os Açores têm uma situação melhor do que a Madeira e do que o país”, afirmou Carlos César, recordando que, em média, “um açoriano deve seis vezes menos do que um cidadão português [do continente] e cinco vezes menos do que um madeirense”.
Na sequência da “boa gestão das finanças regionais”, Carlos César admitiu mesmo que os Açores podem não ter necessidade de recorrer ao endividamento de 15 milhões de euros que está autorizado para 2012.
Nesse sentido, o presidente do Governo dos Açores manifestou “preocupação” com as consequências para a autonomia regional que decorrem do “caos financeiro em que se atolou” a Madeira, frisando que, pelo contrário, os Açores “não são um peso para o Estado”.
O presidente do executivo açoriano admitiu que o setor da saúde é o “calcanhar de Aquiles” das finanças regionais, persistindo as dificuldades para resolver a situação da dívida.
“Se tudo correr como prevemos, vamos conseguir este ano ter um financiamento suficiente para o Serviço Regional de Saúde e até alguma disponibilidade para diminuir a divida”, afirmou Carlos César, assegurando, por outro lado, que os cortes que têm vindo a ser feitos nos últimos anos permitiram “criar disponibilidades” financeiras para programas de apoio social.
“Temos revelado capacidade para acudir a situações de quebra súbita de rendimento das famílias. Esta disponibilidade não é eterna, mas em 2012 conseguiremos ter um desempenho que salvaguarde a coesão social nos Açores”, afirmou.
Carlos César falava aos jornalistas na inauguração das novas instalações da creche da Associação S. João de Deus, em Ponta Delgada, um investimento de 1,6 milhões de euros que permitirá acolher sete dezenas de crianças.
Na intervenção que proferiu na cerimónia, o presidente do executivo açoriano recordou o esforço que tem sido feito para dotar o arquipélago com equipamentos de apoio à infância, frisando que os 120 que existiam quando chegou ao governo aumentaram para os 309 que existem atualmente.
Lusa