“O PS tem obrigação de ter uma posição clara”, afirmou Carlos César, defendendo que a candidatura a apoiar pelo partido “só pode ser uma alternativa ao atual Presidente da República, que se funda à esquerda e seja apoiada pelo maior número possível de forças políticas”.
Para Carlos César, que falava numa sessão partidária em Santa Cruz da Graciosa para apresentar a sua moção ao próximo congresso do PS/Açores, “o passado recente mostra” que é preciso “um Presidente da República que dê um voto de confiança às autonomias e não seja instigador de reservas adversas às experiências autonómicas”.
Nesse sentido, e sem nunca referir o nome de nenhum candidato presidencial, afirmou que é necessária “uma alternativa à via tradicional da desconfiança”.
Na sua intervenção, Carlos César defendeu ainda a necessidade de um “reforço progressivo dos poderes regionais”, mas esclareceu que “o reforço da autonomia política dos Açores e da Madeira não deve ser encarado como um processo separativo, mas de integração numa nova visão europeia”.
O reforço da autonomia deve, no entanto, ser acompanhado por uma preocupação com a sustentabilidade, já que “se a autonomia não for saudável, está condenada a prazo”, defendeu.
“É fundamental uma situação de rigor, boa gestão e solidez de finanças públicas”, afirmou, salientando que “nesta altura de crise, não há que ter dúvidas, a despesa pública deve ser orientada para investimentos estratégicos que sejam essenciais para o garante da sustentabilidade futura”.
Relativamente ao seu partido, Carlos César revelou que o candidato às eleições regionais de 2012 será conhecido durante o “primeiro semestre do próximo ano”, não adiantando nenhum pormenor sobre qual será a sua decisão relativamente a uma eventual recandidatura à presidência do governo açoriano.
Quanto ao congresso de meados de abril, defendeu que é uma “oportunidade para um debate aprofundado sobre os novos desafios” e deve ser um momento de “afirmação da credibilidade” do PS/Açores.
“Se não liderarmos a mudança, os açorianos mudam-nos”, alertou, deixando ainda um aviso para o interior do partido, onde “ninguém deve ser considerado inamovível”.