Este apoio político foi transmitido pelo ex-secretário de Estado da Presidência João Tiago Silveira na sessão de apresentação do documento “Aproximar os cidadãos dos partidos, reforçar a ligação entre o PS e a sociedade”.
Numa sessão realizada na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, João Tiago Silveira insistiu que as propostas do seu grupo devem ser discutidas no próximo congresso do PS (entre sexta-feira e domingo, em Santa Maria da Feira) e referiu que, além dos 45 subscritores iniciais, contam já com o apoio de mais 125 pessoas por via online, entre os quais Carlos César.
Na sua intervenção, para fundamentar as propostas de alteração ao funcionamento do PS, João Tiago Silveira sustentou que há na sociedade uma desconfiança crescente das pessoas em relação aos partidos.
“Fazer política é estudar, discutir e apresentar propostas concretas à sociedade, sabendo depois aprovar ou reprovar, tomando posições. Queremos [no congresso] uma discussão com um resultado à vista, com uma aprovação ou reprovação de medidas num processo democrático”, disse.
Pelo contrário, de acordo com este dirigente socialista, “fazer política não é dizer-se coisas que ficam bem na comunicação social, fazer política não é dizer-se coisas para agradar a todas as pessoas”.
“Exigimos que estas preocupações sejam consideradas e que haja um processo que possa terminar com uma aprovação ou rejeição. Não somos fundamentalistas em relação às medidas, nem em relação ao processo de aprovação ou não aprovação. Estamos prontos a discuti-las”, salientou.
João Tiago Silveira deixou também uma mensagem aos setores partidários mais próximos da atual direção do PS.
“Estas medidas não significam nenhuma disputa, nem nenhum desafio à liderança do PS. Não é isso que está em causa”, acrescentou.
Além de eleições primárias na escolha do secretário-geral do PS, este grupo propõe a realização de referendos com caráter vinculativo sobre as posições a tomar pelo partido, a possibilidade de cidadãos fazerem petições ao congresso nacional e de apresentarem ideias a incluir no programa eleitoral.
Propõe-se, ainda, que o programa eleitoral do PS contenha medidas com um calendário definido de execução, com estimativa de impacto económico e financeiro e com uma especificação da forma de financiamento.
Além de João Tiago Silveira, estão neste grupo de 45 socialistas (militantes e simpatizantes, os deputados Ana Catarina Mendes, Duarte Cordeiro, Fernando Medina, Pedro Nuno Santos, Isabel Moreira, João Galamba, Pedro Delgado Alves, Pedro Marques, Sónia Fertuzinhos, o ex-secretário de Estado Fernando Rocha Andrade, a ex-presidente das Mulheres Socialistas Catarina Marcelino, a vereadora da Câmara de Lisboa Graça Fonseca, o candidato do PS à Câmara de Caminha Miguel Alves e o presidente da Junta de Freguesia de Santo Contestável (Lisboa) Pedro Cegonho.
Entre os subscritores estão também André Teixeira Figueiredo (consultor), Domingos Farinha e João Miranda (ambos docentes da Faculdade de Direito de Lisboa), Mariana Vieira da Silva (investigadora do ISCTE), Filipe Nunes (sociólogo) e Filipa Marques Júnior (advogada).
Lusa