Por duas vezes Almeida Santos quebrou a ordem dos trabalhos do segundo dia do XVII Congresso do PS para dar a palavra a José Sócrates. A primeira para que o secretário-geral socialista anunciasse o cabeça-de-lista pelo Porto, Francisco Assis, a segunda para que chamasse ao palco o cabeça-de-lista por Lisboa, Ferro Rodrigues.
“Um dos mais talentosos e capazes políticos portugueses”, disse Sócrates do atual líder parlamentar no que foi imediatamente interpretado como um sinal de que, a haver disputa pela sucessão num futuro próximo do PS, é Assis que o atual secretário-geral prefere (na indisponibilidade de António Costa, claro está) para passar o testemunho. “Sou seu amigo e seu grande admirador”, disse Sócrates ainda.
Com Ferro não houve lugar a adjetivos, só a alguma emoção, resultante ainda da passagem de um vídeo com a história do PS e imagens de todos os anteriores líderes. “É com emoção, mas esperando que a voz se me não embargue que anuncio o próximo orador”, afirmou Sócrates.
Assis e Ferro foram os dois trunfos que o líder socialista guardou para a tarde do segundo dia de trabalhos em Matosinhos. Depois de uma manhã a cargo de pesos pesados do partido, como António Costa, Manuel Alegre e António Vitorino, a fazerem fé na vitória do PS e na continuidade de Sócrates como primeiro-ministro nas próximas legislativas, coube a Carlos César trazer o PS à terra, introduzindo um “se” no cenário de vitória.
“Se o PS vencer é Portugal quem ganha as próximas legislativas”, afirmou o presidente do PS/Açores.
O presidente do governo regional dos Açores, Carlos César, apelou ao PS para não esconder do eleitorado os erros que cometeu no governo, salientando que o partido “não pode pensar que esteve isento de erros.
“O PS não teme eleições”, acrescentou, defendendo que os socialistas não devem ter receio de “assumir que não fizeram tudo bem”. “Não somos infalíveis. Já falhámos várias vezes, mas mesmo assim sabemos que somos melhor que os outros”, disse.
Fonte: Expresso e IOnline
