O presidente do Governo dos Açores saudou hoje o reconhecimento, “perante o Mundo”, do labor e o espírito empreendedor do povo picoense, corporizado na certificação, pela UNESCO, da Paisagem Cultural da Vinha do Pico, que assim consagra internacionalmente o seu valor histórico, cultural e ambiental.
Recordando a proposta nesse sentido apresentada pelo Governo Regional em Julho de 2004 e homenageando todos quantos, ao longo de séculos, foram recuperando os vinhedos deixados abandonados, introduzindo novos cultivos, plantando figueiras e experimentando novas castas de vinha, Carlos César realçou a decisão governamental de apoiar os viticultores que optaram pela cultura tradicional de vinhas em currais, mantendo as suas características originais.
“No ano passado, aumentámos, inclusive, os apoios à manutenção e reabilitação de vinhas, alargando o seu âmbito para a zona tampão à área classificada, ou seja, passando de uma área apoiada de 987 hectares para um total de 2.911 hectares”, disse.
O presidente do Governo qualificou de fundamental essa política de apoios, já que possibilita a manutenção de uma cultura tradicional e economicamente importante, ao mesmo tempo que lhe confere meios para se modernizar.
“Queremos que aqueles que a visitam – e são cada vez mais – continuem a poder apreciá-la não só numa perspectiva de compreensão histórica e cultural, através do seu centro interpretativo e do seu discurso museológico, mas também pela visualização da sua ocupação reprodutiva e útil à comunidade no momento actual. Essa ocupação, forjada na herança dos saberes acumulados do amanho das terras e do tratamento das vinhas, das uvas, da produção e comercialização de vinhos, é agora temperada, como não podia deixar de ser, pelo progresso tecnológico e pela contemporaneidade económica e social”, afirmou Carlos César.
Concluindo a sua intervenção na cerimónia que assinalou a entrega, por um representante da UNESCO, do certificado de Património Mundial à Paisagem Cultural da Vinha do Pico, o presidente do Governo frisou que a distinção reforça a ilha, como os Açores em geral, enquanto produto turístico de qualidade e de natureza.
No entanto, assegurou, “a nossa ambição é também a de ver o Vinho do Pico requalificado e promovido nos mercados internacionais. Para isso devemos todos continuar a trabalhar e a fazer mais e melhor.”