“A direção nacional do Chega decidiu retirar confiança política ao deputado Carlos Furtado. A partir de hoje, logo que ratificado por toda direção nacional do partido no termos dos estatutos, o deputado Carlos Furtado deixará de representar o Chega nos Açores”, afirmou Ventura em conferência de imprensa em Ponta Delgada.
André Ventura disse ainda esperar que Carlos Furtado, que esta manhã esteve na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na Horta, ilha do Faial, renuncie ao mandato de deputado.
“Quando o partido que nos elegeu deixa de confiar em nós como mandatários desta vontade, eu penso que não há outro caminho sério, se estamos nisso seriamente e sem dependência da vida política, de renunciar ao nosso cargo político”, apontou.
Ventura manifestou ainda a intenção de se reunir com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro (PSD/CDS-PP/PPM), para avaliar a solução governativa regional.
“Não posso nem sei assegurar qual será o futuro em relação ao Chega e ao apoio ao Governo Regional. Neste momento em que vos estou a falar não está definitivamente comprometido o apoio do Chega a esta solução governativa, ainda que ela continue em muitos pontos a deixar várias interrogações”, afirmou.
O líder nacional do Chega criticou ainda a “excessiva subserviência” do partido ao PSD nos Açores nos últimos meses.
André Ventura referiu que a demissão de Carlos Furtado da direção regional vai levar “provavelmente” a eleições internas no futuro, mas defendeu que esse ato eleitoral “não se poderá realizar” antes das eleições autárquicas.
“A direção nacional estabelecerá provisoriamente uma comissão executiva, em articulação com a direção regional, para que o processo autárquico nos Açores não seja comprometido”, acrescentou.
Entretanto Carlos Furtado, eleito pelo Chega, anunciou que vai passar à condição de independente, sem renunciar ao mandato, como pretendia o líder nacional do partido.
“Obviamente que vou passar à qualidade de independente, porque fui eleito pelos açorianos”, justificou o, até agora, líder parlamentar do Chega, em declarações aos jornalistas na sede do parlamento açoriano, na Horta.
Carlos Furtado, que se queixou de ter sido alvo de “ataques pessoais por parte de dirigentes do Chega”, prometeu manter, como independente, os acordos de incidência parlamentar que o Chega assumiu após as eleições regionais, com o atual governo de coligação PSD, CDS e PPM.
Com Carlos Furtado como independente, o Chega, que alcançou dois mandatos nas eleições regionais de outubro de 2020, mantem agora um deputado na Assembleia Legislativa dos Açores, o deputado José Pacheco.
Açores 24Horas c/ Lusa