O parque de diversões que funciona anualmente, no âmbito das Festas do Santo Cristo, no saco de pescas do Porto de Ponta Delgada, deverá funcionar este ano a meio gás, devido à sua localização nas Portas do Mar.
Câmara Municipal de Ponta Delgada, acedendo às pretensões de comerciantes e moradores da Torre Solmar deverá indeferir uma licença especial de ruído solicitada pela empresa exploradora do parque de diversões. Assim, a licença que deverá prevalecer e que vai ao encontro do que estipula a legislação em vigor prevê a manifestação de ruído apenas entre as 08h00 e as 20h00.
A instalação do parque de diversões está a gerar controvérsia desde que surgiram os primeiros pedaços de metal no local. Moradores da Torre Solmar e lojistas do Centro Comercial Avenida Center, bem como populares manifestaram ao Açoriano Oriental o seu repúdio por esta solução. Este ano, em que a Feira Lar, Campo e Mar transitou para o Pavilhão das Portas do Mar, o parque de diversões foi instalado no espaço frontal ao Avenida Center, devido a obras em curso no saco de pescas do porto.
A alternativa ao saco de pescas do Porto de Ponta Delgada foi sugerida pela própria Associação Portas do Mar à Irmandade do Senhor Santo Cristo. Tanto os lojistas como os moradores da Torre Solmar promoveram exposições, por escrito e oralmente, junto da Câmara Municipal de Ponta Delgada, a “protestarem veementemente” contra a localização daquela estrutura. Isto apesar desta ser uma área de jurisdição não da edilidade de Ponta Delgada mas da Administração dos Portos das Ilhas de São Miguel e Santa Maria. José Carlos Frias, da Livraria Solmar, refere em representação dos lojistas que “discordamos por completo da localização do parque de diversões”.
“Este tipo de actividades não nos traz mais valias.Bem pelo contrário, estamos preocupados com o tipo de frequência que aquele equipamento habitualmente arrasta” – salvaguarda.
O representante dos lojistas aponta, por outro lado, que em termos de segurança e higiene vão ser confrontados com “bastantes problemas”. A administração do Avenida Center prepara-se entretanto para proceder a um reforço da segurança e da higiene.
José Carlos Frias soma ao rol de queixas a poluição sonora numa zona habitacional e turística:”todos estes factores deveriam ter sido equacionados por quem de direito”. Lúcia Tavares, do hotel Gaivota, alerta para o facto da maior parte dos clientes ficar nos apartamentos virados para o mar. Trata-se de clientes “com alguma idade” e que “a partir das 24h00 querem descansar e com o ruído não vão conseguir isso em boas condições”, disse.
João Alberto Medeiros (in AO)