O Presidente do Governo inaugurou hoje a Casa do Tempo do Ecomuseu do Corvo, um projeto pioneiro a nível regional que se assume como um “laboratório do estudo do passado, do presente e do futuro” da ilha, mas também como um contributo para o reforço desta ilha como destino turístico de excelência.
“Ultrapassando o conceito tradicional de museu, este projeto agora inaugurado – que representa um investimento de cerca de 380 mil euros – foi desenvolvido, não só para se constituir como um centro evocativo de memórias, como também para uma abordagem informativa e pedagógica de aspetos relevantes sobre a vida da ilha do Corvo”, afirmou Vasco Cordeiro.
Segundo o Presidente do Governo, a instalação do Ecomuseu do Corvo é, assim, a concretização de um projeto ambicioso nos seus objetivos estratégicos, contribuindo para afirmar a ilha no contexto regional, nacional e internacional, também enquanto destino turístico de excelência.
“Não tenho dúvidas de que se constituirá como mais um marco na história da ilha do Corvo e, por conseguinte, dos Açores, sendo, logo à partida, um excelente exemplo de modernidade”, salientou Vasco Cordeiro, para quem consolidar a memória corvina, “associando-a a um produto turístico-cultural e ambiental é, precisamente, uma forma de se atingir esse objetivo”.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo referiu que, por isso, o Ecomuseu do Corvo não pretende ser apenas a instalação de uma coleção visitável num determinado edifício, mas sim um sistema de redes que articula polos, recursos e complexos de valor patrimonial.
Nesse sentido, a Casa do Tempo hoje inaugurada é a primeira estrutura física, através da qual o visitante poderá iniciar a sua visita e descoberta da realidade da ilha do Corvo em cinco momentos, que serão disponibilizados na Casa de Partida, nas Casas Partilhadas e na Casa dos Pássaros.
A Casa de Partida prevê o arranjo exterior do Largo da Vigia e albergará uma maquete do Núcleo Antigo da Vila do Corvo, convidando ao primeiro contacto com a ilha e a sua comunidade; as Casas Partilhadas são um conjunto de duas moradias, com pátio comum, que serão reabilitadas de forma a sediarem as várias associações locais que poderão aqui usufruir de salas de trabalho, um espaço de reuniões e ainda um espaço que possa ser utilizado em vários contextos de manifestações culturais; a Casa dos Pássaros será um espaço de encontro dos `birdwatchers´ que anualmente visitam a ilha, permitindo o trabalho, o convívio e a partilha das suas experiências com a comunidade local.
“Pela nossa parte, Governo dos Açores, estamos muito confiantes perante este enorme desafio, de renovação da museologia tradicional, que se baseia no princípio de que os detentores de uma identidade cultural e de um saber é que deverão ser os atores dessa mesma atividade cultural”, sublinhou Vasco Cordeiro.
Depois de assegurar que o Governo está a trabalhar para dotar o arquipélago de uma rede de equipamentos e de infraestruturas culturais que permitam aos agentes culturais e aos artistas dos Açores o pleno desenvolvimento dos seus projetos, o Presidente do Executivo açoriano adiantou que o próximo desafio passa por proporcionar condições favoráveis ao intercâmbio cultural de artistas e agentes culturais para aumentar a sua mobilidade dentro e fora da Região, usufruindo da disponibilização dos espaços públicos culturais para exibição dos seus projetos artísticos.
Adiantou ainda que, quer a Rede Regional de Museus, quer a Rede de Museus e Coleções Visitáveis dos Açores, permitem uma cooperação e coordenação regionais, oferecendo desta forma uma visão global, integrada e regional das múltiplas facetas da cultura e história dos Açores.
“Com a construção em curso do Museu Francisco Lacerda, em São Jorge, com a empreitada da segunda fase do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, e com a execução do projeto para o Núcleo de Construção Naval do Museu do Pico, em Santo Amaro, para além deste projeto, no Corvo, o Governo dos Açores completará um ciclo de renovação museográfica, que representa um investimento de cerca de nove milhões de euros”, anunciou Vasco Cordeiro.
“Acreditamos que todo este património cultural riquíssimo – material e imaterial – que está vivo de Santa Maria ao Corvo, que se exprime não só nas criações de artistas e agentes culturais, como também em espaços públicos e na nossa comunidade açoriana, é a expressão máxima daquilo que nos pertence e que nos engrandece como Povo e como Região”, concluiu o Presidente do Governo.