“Não há necessidade efetiva de identificar esta estirpe específica do vírus da gripe, porque se enquadra nas restantes oito estirpes que estão em circulação nesta época gripal”, frisou, acrescentando que se comprovou nos últimos dois anos que o vírus H1N1 tem neste momento “uma taxa de morbidade e mortalidade comparada àquilo que são os restantes vírus em circulação nesta altura do ano”.
Luís Cabral falava aos jornalistas à margem das comemorações do Dia Mundial da Proteção Civil, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
O secretário regional da Saúde confirmou que foram detetados 37 casos de gripe A no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, mas salientou que de acordo com os dados estatísticos da Direção Regional de Saúde “ainda não se verificaram casos graves”, tendo em conta que as unidades de saúde sentinela na região ainda não os detetaram.
Segundo Luís Cabral, a Direção Geral de Saúde seleciona, de forma aleatória e representativa, várias unidades de saúde nacionais para representarem uma amostra e é pedido a alguns médicos sentinela que façam colheitas de forma esporádica, mas “por uma questão meramente estatística”.
Este procedimento tem também como objetivo, segundo o secretário, identificar os vírus existentes para desenvolver as vacinas contra a gripe do próximo ano, sendo que as vacinas que estão atualmente no mercado já incluem a estirpe do H1N1.
Luís Cabral considerou que haverá uma “tendência grande” para que o número de casos de gripe A aumente nas próximas semanas, por isso apela à “vacinação dos grupos de risco” e ao reforço dos cuidados de higiene e aproximação.
“Deve haver uma contenção relativamente ao uso de lenços, aos espirros, ao lavar das mãos, aos cumprimentos pessoais nesta matéria, à restrição junto dos familiares, para que não se propague”, frisou, acrescentando que a Linha de Saúde continua a fazer um acompanhamento da gripe A, no esclarecimento de dúvidas dos utentes.
O secretário regional revelou ainda que a componente da saúde no Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros deverá ter um “investimento muito grande” este ano, tendo em conta que representa cerca de 95% do serviço.
“O plano de investimentos para 2013 implica não só a materialização da Linha de Saúde Açor, centralizada no Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros, mas também a expansão da rede de viaturas SIV (Suporte Imediato de Vida) e o seu alargamento do horário de funcionamento para as 24 horas”, salientou.
Luís Cabral destacou a importância das iniciativas de sensibilização dos mais novos, que decorrem durante todo o ano e assinalaram hoje o dia da Proteção Civil nos Açores.
“Queremos apostar muito na componente de proximidade junto das crianças, porque elas próprias serão um transmissor de informação junto das suas famílias”, reforçou.
O secretário regional da Saúde fez também um balanço positivo da intervenção da Proteção Civil nas enxurradas e deslizamentos que ocorreram na ilha de São Miguel na quinta-feira, considerando que o serviço é “capaz de dar a resposta necessária aos açorianos”.
Lusa