A situação de famílias com necessidades na ilha do Pico, Grupo Central do arquipélago dos Açores, é preocupante, existindo mesmo pessoas a passar fome.
Marisa Franco, da Caritas picoense, afirmou à Antena 1 / Açores que há famílias a precisarem de ajuda e, apesar da situação não ser nova, a falta de emprego tem agravado o problema.
Na ilha de São Miguel, por sua vez, e porque o presidente da Caritas não demonstrou disponibilidade para dar a voz na Rádio, Monsenhor Weber Machado diz que “não sabe como sobreviveriam as famílias se não houvesse Rendimento Social de Inserção”.
Durante mais de 20 anos ligado à Caritas de São Miguel, Weber Machado adianta ainda que há açorianos que não compram carne nem fruta, porque o dinheiro não chega.
Na ilha Terceira, Anabela Borba, presidente da instituição da ilha, e também ao nível da Região Autónoma, é da opinião de que “a situação das famílias açorianas está a merecer sérias preocupações, mas rejeita alarmismos, preferindo não falar em números, porque estes não retratam a realidade das ilhas.”
Anabela Borba chega mesmo a lançar o alerta: “há quem pense que o Rendimento Social de Inserção é para a vida toda”.
A presidente da instituição nos Açores assume que há mais pobreza nas ilhas, agravada pela crise do desemprego, essencialmente, na construção civil.
Perante isto, a Antena 1 / Açores ouviu o sociólogo Fernando Diogo, da Universidade dos Açores que considera o “problema ser intergeracional: falta de qualificações e problemas ligados ao alcoolismo, são algumas das principais razões para a pobreza nas ilhas açorianas”.
Contudo, para Diogo, “não há razão para haver fome nos Açores, já que os apoios governamentais são muitos e aspectos burocráticos e falta de informação podem ser os responsávesis por alguns casos de fome nos Açores”.
A pobreza é um problema que está a alastrar: 9 em cada 10 europeus exigem acções urgentes por parte dos governos, no sentido de combater e resolver esse flagelo.
16% da população da União Europeia vive abaixo do limiar da pobreza, dados fornecidos pelo Eurobarómetro, considerando a União Europeia que, 2010, ANO EUROPEU CONTRA A POBREZA, será a oportunidade perfeita para colocar o combate à pobreza no centro das preocupações, em toda a União.
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