A deputada do CDS-PP Açores, Catarina Cabeceiras, questionou, esta quarta-feira, o Governo Regional sobre a deslocação de médicos especialistas à Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge, bem como recorrReu ao executivo socialista dados sobre as listas de espera que afetam os utentes do Serviço egional de Saúde naquela ilha.
Num requerimento entregue no Parlamento dos Açores, a deputada eleita por São Jorge lembra que “a condição arquipelágica da nossa Região”, leva a que só existam hospitais “apenas em três ilhas, sendo as restantes seis ilhas servidas por centros de saúde geridos pelas Unidades de Saúde de Ilha”, facto que leva a que muitos dos doentes das ilhas mais pequenas tenham ao seu dispor corpos clínicos constituídos “só por médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar e Médicos Dentistas”.
No caso concreto de São Jorge, frisou, “não existem equipamentos suficientes e necessários à realização de muitos exames complementares de diagnóstico”, estando também por isso os tratamentos aos utentes “condicionados pela deslocação de médicos especialistas, das diversas especialidades médicas e cirúrgicas, a deslocarem-se a uma das ilhas com hospital”.
Neste sentido, a parlamentar democrata-cristã pede ao Governo Regional “listagem dos médicos especialistas que se deslocaram à ilha de São Jorge durante o ano 2016 e até ao final do primeiro semestre do corrente ano, discriminada por médico/especialidade, por hospital de origem, respetiva frequência e número de consultas realizadas”, assim como solicita a disponibilização da “listagem das deslocações previstas de médicos especialistas à ilha de Jorge, para o ano 2017, discriminadamente calendarizada, por especialidade e por hospital de origem?”.
Por outro lado, e no que toca à deslocação de doentes das ilhas sem hospital para as ilhas com hospital, Catarina Cabeceiras acentua que “os tempos máximos de resposta garantidos em vigor na Região estão definidos na Portaria nº 166/2015, de 31 de dezembro, e que a realização dos exames complementares de diagnóstico e terapêutica são efetuados no âmbito dos planos de cuidados de saúde definidos de acordo com a situação clínica de cada utente”.
Porém, acrescentou, “é imprescindível garantir tempos de espera clinicamente aceitáveis e uma resposta atempada aos utentes, quer para salvaguardar uma decisão terapêutica em tempo útil, quer para que os utentes possam ser devidamente acompanhados pelos médicos especialistas”, pelo que o CDS-PP quer ter acesso à “listagem discriminada do número de utentes da Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge em lista de espera, com indicação do tempo de espera em dias, para consulta de cada especialidade e para cada tipo de exame complementar de diagnóstico e terapêutica”.
Por fim, o Grupo Parlamentar do CDS-PP requer ao Governo “cópia dos Relatórios e Contas da Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge, referentes aos anos 2015 e 2016” e indicação do “número de doentes deslocados para fora da ilha de São Jorge, no ano 2016 e até ao final do primeiro semestre do corrente ano, discriminado por especialidade, Unidade de Saúde de destino e tempo em que se encontrou em espera”.
Açores 24Horas / NI