As eleições regionais de 25 de outubro de 2020 deixaram “sinais de alerta para os Açores e para todo o país”, destacou a responsável política, que falava hoje, em Ponta Delgada, no encerramento da VII Convenção Regional do Bloco de Esquerda dos Açores.
Catarina Martins reiterou a mensagem várias vezes repetida pelo coordenador regional, António Lima, dizendo que “foram os erros do Partido Socialista que fizeram o caminho da direita e o Bloco foi o partido que se opôs a um Governo de direita”.
O BE é, por isso, “hoje o partido da oposição nos Açores, porque é o partido com um projeto, porque é um partido com capacidade, é o partido que tem uma alternativa real nos Açores e que a afirma, sem medo, todos os dias”, defendeu.
A líder partidária denunciou “a normalização do discurso que num dia diz uma coisa e no outro dia diz o seu contrário”, acrescentando que “uma ‘caranguejola’ que tudo o que quer é permanecer no poder, degrada a própria vida democrática, degrada a forma como os cidadãos e as cidadãs olham para a vida política”.
“Do ponto de vista económico, das soluções para os Açores, de facto, não há nenhuma novidade, e há a permanência de um projeto monocultura, agora do turismo”, considerou.
Para Catarina Martins, o Governo de coligação PSD, CDS-PP, PPM traz “um projeto de uma economia rentista, de uns poucos grupos económicos que vivem à sombra do Governo Regional, ficando com o que é de todos, cavando, assim, as desigualdades, quando uma elite se apropria da riqueza fantástica desta região”.
A VII Convenção Regional do Bloco de Esquerda dos Açores realizou-se hoje, em Ponta Delgada.
Estava inicialmente prevista para 2020, mas teve de ser adiada, devido à pandemia de covid-19. A última convenção aconteceu em julho de 2018, sob o lema “Mais Açores, Mais Esquerda”
O partido aprovou hoje, por unanimidade, a moção global “Combater as desigualdades, construir o caminho à esquerda”, a única levada a votação, que tinha como primeiro subscritor António Lima.
O atual coordenador regional será reconduzido e foi também eleita a nova Comissão Coordenadora Regional, que passa de 15 para 17 membros.
Essa estrutura mantém-se praticamente inalterada, registando-se a saída do ex-deputado regional Paulo Mendes e de Vitória Fróias, e a entrada de Giuseppe Grassi, Hugo Bettencourt, João Margarido Ramos e Mário Rui Pacheco.
Em debate estiveram também moções sobre os jovens, a violência doméstica, as alterações climáticas e uma moção que apela à união e coesão no partido.
Lusa