Cavaco Silva apoia serviço público da RTP/Açores

Uma manifestação a favor da RTP–Açores marcou ontem o final da visita do Presidente da República à região autónoma, com os manifestantes a receberem a garantia de que Cavaco Silva apoia o serviço público de televisão.

A manifestação silenciosa, com a participação de algumas dezenas de pessoas, entre funcionários da RTP–Açores, deputados e até o assessor de imprensa do presidente do Governo Regional dos Açores, aconteceu na última iniciativa da visita aos Açores do chefe de Estado, um desfile de Bandas Filarmónicas na cidade de Ponta Delgada.

Em silêncio, com «t-shirts» negras com a inscrição “Unidos RTP–Açores”, os manifestantes estiveram durante todo o desfile em frente ao local onde Cavaco Silva estava sentado, em protesto contra a intenção do Governo de reduzir as emissões da televisão pública açoriana para quatro horas diárias.

Em declarações aos jornalistas na altura, fonte da Presidência da República disse que os manifestantes tinham sido contactados para se saber se estariam interessados em entregar algum documento ou transmitir alguma mensagem ao chefe de Estado, mas a resposta tinha sido negativa.

Posteriormente, a porta-voz do movimento e funcionária da RTP–Açores Teresa Nóbrega, confirmou o contacto, mas assegurou nunca terem dito que não queriam entrar em contacto com o chefe de Estado.

“Estava à espera de falar com o senhor Presidente da República, transmitir a mensagem e não consegui”, afirmou Teresa Nóbrega.

Já depois de Cavaco Silva ter abandonado o local onde decorreu o desfile de bandas filarmónicas, os manifestantes foram a pé até ao hotel onde se encontrava o Presidente da República, acabando por ser recebidos pelo chefe da Casa Civil, Nunes Liberato.

Um encontro breve, de pouco minutos, mas que Teresa Nóbrega garantiu ter correspondido inteiramente às pretensões dos apoiantes da RTP–Açores.

“Deve ter havido um mal estendido há pouco, o senhor Presidente da República não nos ouviu, mas ouvimos aqui com algum agrado através do chefe da Casa Civil que o senhor Presidente da República apoia o serviço publico de televisão na região autónoma dos Açores e vai ter em atenção o nosso assunto”, disse aos jornalistas à saída do hotel.

Entre os manifestantes que se concentraram hoje junto às Portas da Cidade, estava o assessor de imprensa do presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos Tomé, que garantiu estar no protesto apenas e só na qualidade de ex-funcionário da RTP, não tendo “procuração” de Carlos César para “rigorosamente nada”.

“Eu falo por mim, chamo-me Carlos Tomé, não me chamo Carlos César, nem sou mensageiro dele, estou aqui como ex-funcionário daquela casa, que sente o problema daquela casa”, disse, criticando a intenção do Governo de reduzir as emissões da RTP–Açores para quatro horas diárias.

“Reduzir as emissões da RTP–Açores é como dizer aos açorianos que só o podem ser entre as 19:00 e as 23:00 ou às segundas, quartas e sextas, ou hastear a sua bandeira apenas até ao meio-dia ou contar três versos do seu hino, o senhor ministro Relvas tem que entender isso”, frisou Carlos Tomé.

Igualmente crítico, o deputado socialista na Assembleia da República eleito pelo círculo dos Açores Ricardo Rodrigues lamentou o “gesto irrefletido” do ministro dos Assuntos Parlamentares, que considerou revelador de “um profundo desconhecimento sobre os Açores e sobre a realidade da televisão açoriana”.

No final do desfile de bandas filarmónicas, os jornalistas interpelaram o Presidente da República sobre a manifestação, mas Cavaco Silva não deu qualquer resposta.

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here