A posição da CCIPD consta de um documento de balanço do ano de 2009, que a principal organização empresarial açoriana considera ter sido “decepcionante”.
Para inverter este quadro, Mário Fortuna, presidente da instituição, defendeu, em declarações à Lusa, a realização de voos de baixo custo (‘low cost’) com carácter regular para a ilha de S. Miguel, onde se concentra a maior parte da oferta turística açoriana.
“Não é possível adiar mais a revisão do modelo [de transportes aéreos para os Açores] sem causar mais danos ao sector do turismo, um dos poucos em que a região ainda pode crescer e em que ainda tem infra-estruturas construídas para rentabilizar”, afirmou.
Para a CCIPD, o actual modelo de voos para os Açores, assente num sistema de partilha de voos (‘code-share’) entre a SATA e a TAP, está “formatado em função do consumo interno, da conveniência dos residentes viajantes, o que anula por completo a competitividade do destino turístico Açores”.
No balanço ao desempenho económico da região, a CCIPD considera que 2009 “ficará marcado pela perda acentuada de emprego na construção civil e sectores associados, pela quebra acentuada de turistas nacionais e estrangeiros, pela redução na actividade dos transportes, por quebras nos serviços e na actividade económica em geral”.
A Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada considera ainda que, face à crise actual, o Orçamento Regional para 2010, com um crescimento inferior a um por cento em relação a este ano, é “insuficiente”, configurando um adiamento de políticas de combate à recessão que se traduzirá na existência de “menos sobreviventes no futuro” e na “degradação desnecessária do tecido empresarial dos Açores”.
Além de insistir na necessidade de o sector público e administrativo, nomeadamente as autarquias, honrar os seus compromissos financeiros, especialmente com a construção civil, a CCIPD reclama maior celebridade e desburocratização no funcionamento dos sistemas de incentivos regionais a empreendimentos privados.
O balanço da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada considera ainda que o novo ano “será igualmente decepcionante se não houver novas posturas que, prestando particular atenção à conjuntura, não descurem as alterações estruturais imprescindíveis”.