CCIPD alerta para turismo em risco sem voos ‘low-cost’

aeroporto-pdl-sataCerca de 70 por cento da capacidade turística instalada nos Açores tem a viabilidade em risco se não forem criadas rapidamente ligações aéreas de baixo custo para o arquipélago, alertou a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada.

A posição da CCIPD consta de um documento de balanço do ano de 2009, que a principal organização empresarial açoriana considera ter sido “decepcionante”.

 

Para inverter este quadro, Mário Fortuna, presidente da instituição, defendeu, em declarações à Lusa, a realização de voos de baixo custo (‘low cost’) com carácter regular para a ilha de S. Miguel, onde se concentra a maior parte da oferta turística açoriana.

“Não é possível adiar mais a revisão do modelo [de transportes aéreos para os Açores] sem causar mais danos ao sector do turismo, um dos poucos em que a região ainda pode crescer e em que ainda tem infra-estruturas construídas para rentabilizar”, afirmou.

 

Para a CCIPD, o actual modelo de voos para os Açores, assente num sistema de partilha de voos (‘code-share’) entre a SATA e a TAP, está “formatado em função do consumo interno, da conveniência dos residentes viajantes, o que anula por completo a competitividade do destino turístico Açores”.

No balanço ao desempenho económico da região, a CCIPD considera que 2009 “ficará marcado pela perda acentuada de emprego na construção civil e sectores associados, pela quebra acentuada de turistas nacionais e estrangeiros, pela redução na actividade dos transportes, por quebras nos serviços e na actividade económica em geral”.

 

A Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada considera ainda que, face à crise actual, o Orçamento Regional para 2010, com um crescimento inferior a um por cento em relação a este ano, é “insuficiente”, configurando um adiamento de políticas de combate à recessão que se traduzirá na existência de “menos sobreviventes no futuro” e na “degradação desnecessária do tecido empresarial dos Açores”.

 

Além de insistir na necessidade de o sector público e administrativo, nomeadamente as autarquias, honrar os seus compromissos financeiros, especialmente com a construção civil, a CCIPD reclama maior celebridade e desburocratização no funcionamento dos sistemas de incentivos regionais a empreendimentos privados.

O balanço da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada considera ainda que o novo ano “será igualmente decepcionante se não houver novas posturas que, prestando particular atenção à conjuntura, não descurem as alterações estruturais imprescindíveis”.

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