CDS-PP, BE, PCP e PPM sem consenso sobre data para eleições regionais

CDS-PP, BE, PCP e PPM apontaram hoje datas diferentes para as eleições regionais açorianas, com comunistas e bloquistas a preferirem 21 de outubro, democratas-cristãos a falarem em 7 ou 14 e os monárquicos a defenderem 30 de setembro.

As datas foram avançadas pelos partidos durante audiências com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que durante o dia de hoje recebe no Palácio de Belém os partidos com assento na Assembleia Legislativa dos Açores.

Excluindo à partida o dia 30 de setembro, o presidente do CDS-PP/Açores, Artur Lima, adiantou que as datas que o seu partido considera “mais adequadas” são 7 ou 14 de outubro.

Questionado se não seria preferível esperar pela apresentação do Orçamento do Estado para 2013, que tem de ocorrer até 15 de outubro, Artur Lima disse que esse não é um “dado relevante” para as eleições regionais.

“O CDS é um partido autonomista, que preserva a autonomia e que afirma a autonomia. Na campanha devem discutir-se os problemas dos Açores, avaliar a ação do Governo regional dos Açores e a política seguida pelo Governo socialista e apresentar alternativas”, disse.

Pelo BE, José Cascalho defendeu que as “datas melhores” são 14 ou dia 21 de outubro, mas reconheceu que o seu partido tem “uma preferência por dia 21”.

Pois, acrescentou, dia 15 de outubro é conhecido o Orçamento do Estado para o próximo ano e “é importante que as forças políticas se expressem” sobre esse documento antes das eleições.

O dia 21 de outubro foi a data avançada pelo PCP, com Jorge Cordeiro a lembrar que já as últimas eleições regionais açorianas se realizaram nessa altura.

Ainda segundo Jorge Cordeiro, o PCP aproveitou igualmente a audiência com Cavaco Silva para deixar uma mensagem de “prevenção”, sublinhando a necessidade serem observadas as “regras de igualdade e imparcialidade no processo eleitoral”.

O PPM preferiu apontar as datas de 30 de setembro, o primeiro dia em que as eleições regionais podem realizar-se, ou 7 de outubro, defendendo que “quanto mais depressa for melhor”.

“Os Açores estão em campanha eleitoral quase há um ano, está parado em termos governamentais, o Governo está só em campanha eleitoral desde janeiro”, afirmou Gonçalo da Câmara Pereira, no final do encontro com o chefe de Estado, acrescentando que quanto mais as eleições forem atrasadas mais dinheiro será gasto.

Além disso, continuou, se o ato eleitoral acontecer mais tarde irá coincidir com a apresentação do Orçamento do Estado para 2013, documento que acabará por ser utilizado para fazer “chicana política” durante a campanha eleitoral.

Esta tarde, o Presidente da República irá ainda receber o PSD e o PS, partidos que ainda não tomaram posição sobre a data que entendem ser mais adequada para a realização das eleições regionais.

O próximo ato eleitoral marcará o fim de 16 anos de governos regionais liderados pelo socialista Carlos César, que anunciou a intenção de não se recandidatar, devendo o seu lugar vir a ser ocupado por Vasco Cordeiro, do PS, ou por Berta Cabral, do PSD.

 

Lusa

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