CDS-PP critica critérios de evacuação de doentes

Os critérios de evacuações de doentes urgentes nos Açores “colocam em risco a vida” dos utentes nas ilhas que não possuem hospital, alertou hoje Luís Silveira, deputado regional do CDS/PP.

Luís Silveira salientou que o problema reside no facto de a decisão não ser do médico que observa o paciente, mas do clínico que está no hospital de referência.

“Já têm ocorrido casos em que o médico, em São Jorge, está aflito porque tem utentes à sua frente com necessidade urgente de serem transferidos, mas o clínico do hospital de referência para a evacuação entende que não há motivo (para a transferência)”, afirmou Luís Silveira.

O deputado regional do CDS/PP contestou, por isso, a portaria em vigor sobre a matéria, segundo a qual, em caso de necessidade de evacuação aérea médica de urgência, o médico do hospital de referência é que tem poder de decisão.

“Recentemente, um jovem de 30 anos perdeu a vida, o que motivou a abertura de um inquérito, porque foi evacuado tardiamente”, denunciou Luís Silveira, acrescentando que, neste caso concreto, “foi autorizado em primeiro lugar o transporte para o Hospital em Angra do Heroísmo e só depois para Ponta Delgada, acabando o doente por falecer”.

Luís Silveira apresentou casos ocorridos em S. Jorge, mas frisou que “a situação pode acontecer em todas as seis ilhas onde não existem hospitais” porque as unidades de saúde “não têm legitimidade nem autonomia para evacuar um doente que estão a atender”.

“Não pode ser um médico por telefone a decidir uma evacuação de urgência. Isto não faz sentido”, afirmou, salientando que alertou para a situação a 10 de outubro, no plenário da Assembleia Legislativa Regional, mas “o governo regional teima em não alterar a portaria”.

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