Os resultados eleitorais do CDS-PP não são apenas da responsabilidade do presidente do partido. Importa não esquecer que, sob a liderança de Artur Lima, o CDS-PP Açores cresceu em todas as eleições realizadas até 14 de outubro e cresceu também em termos de organização interna e de militância”, afirmou Nuno Melo Alves, vice-presidente do CDS-PP nos Açores, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
Nuno Melo Alves, que apresentou um comunicado da Comissão Diretiva Regional, frisou que “a liderança de Artur Lima tem sido forte e tem permitido o crescimento do CDS-PP nos Açores”, acrescentando que “não há razões para demissões, nem sequer para mais especulações”.
Artur Lima, que assumiu a derrota do partido no discurso que proferiu depois de serem conhecidos os resultados das eleições regionais de 14 de outubro, colocou o seu lugar à disposição na reunião da CDR, que “rejeitou liminarmente e por unanimidade essa possibilidade”.
O CDS-PP foi a terceira força política mais votada nas eleições regionais disputadas a 14 de outubro, com 5,67% dos votos, mas apenas elegeu três deputados para a Assembleia Legislativa dos Açores, menos dois do que em 2008.
O partido perdeu os deputados eleitos pelas ilhas das Flores e de S. Miguel, tendo nesta ilha sido ultrapassado na votação pelo Bloco de Esquerda.
A CDR analisou os resultados obtidos pelo partido, considerando que se explicam “por um vasto conjunto de fatores, que vão desde a bipolarização do eleitorado até ao contexto político nacional”.
Nuno Melo Alves recordou que a estratégia do partido foi aprovada pelos órgãos competentes e “ninguém se opôs”, frisando que, “apesar dos números, o resultado eleitoral do CDS-PP não é uma hecatombe”.
“O CDS-PP é, destacadamente, a terceira força política na região e assumirá as responsabilidades que democraticamente os açorianos nos quiseram confiar”, salientou, acrescentando que o partido “não precisa de uma lufada de ar fresco, pois tem propostas muito concretas para o desenvolvimento dos Açores”.
Relativamente à demissão de Pedro Medina da liderança da Comissão Política de Ilha de S. Miguel, Nuno Melo Alves frisou que a CDR ainda não tem conhecimento oficial da decisão e assegurou que o cabeça de lista por esta ilha, que não conseguiu ser reeleito, “teve todo o apoio do partido”.
“S. Miguel é a ilha onde é mais fácil eleger deputados porque a percentagem de votos é mais baixa”, afirmou, acrescentando que o “principal responsável” pela perda de um deputado regional do CDS-PP em S. Miguel “é a direção do partido nesta ilha”.
Lusa