O Vereador do CDS-PP na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo absteve-se na votação das contas da Empresa Municipal Culturangra, EEM, relativas ao ano passado, porque, apesar de estar contra a gestão “negligente” da anterior administração, “não podia permitir que as empresas que fiaram à Culturangra fossem prejudicadas”.
As contas da Culturangra de 2009 foram aprovadas com os votos favoráveis do PS, a abstenção do CDS e os votos contra dos três vereadores do PSD. Caso o CDS tivesse também votado contra eram prejudicados terceiros, “sem qualquer culpa”, como sejam os empresários, fornecedores e particulares que são credores da empresa municipal.
Segundo uma declaração de voto, entregue na última reunião de Câmara, os populares alegam que não podiam ser “irresponsáveis” ao ponto de votarem contra aquele documento, porque ficariam em causa credores que, “não tendo culpa da má gestão, têm dinheiro a receber há cerca de um ano”.
“O CDS-PP não se identifica com o tipo de gestão feita pela Culturangra, no ano de 2009. Defendemos uma gestão rigorosa de contas, com transparência. Contudo, sabemos que as empresas, quer públicas quer privadas, têm de assumir as dívidas que contraem e, ao não aprovarmos o documento em questão, estaríamos a impossibilitar a transferência de fundos para que a Culturangra possa fazer frente aos compromissos assumidos”, lê-se na declaração de voto.
“Reprovar o documento de prestação de contas da Culturangra seria prejudicar a população e a economia Angrense. Permitir a reprovação do documento seria também manter e prolongar as dívidas a empresas, algumas ainda referentes ao primeiro semestre de 2009. Não podemos, no entanto, deixar de evidenciar que, mais uma vez, a gestão socialista se mostrou desastrosa e inaceitável e, mais uma vez, foram os Angrenses que saíram prejudicados”, conclui.