Para o líder e deputado regional do CDS/PP, “as dificuldades financeiras do sector atingiram um ponto tal que o secretário regional viu-se obrigado a ter que pedir aos fornecedores das unidades de saúde um aumento para o dobro do tempo de espera do pagamento dos bens e serviços adquiridos”.
Uma das principais críticas de Artur Lima visou o Sistema de Informatização da Saúde, que frisou “não servir para quase nada”, nomeadamente porque não está certificado pelo Ministério da Saúde para efeitos de prescrição electrónica
“Depois de muitos milhões de euros gastos e de atrasos inconcebíveis, o governo regional viu-se forçado a ter que gastar mais uns milhares largos de euros na aquisição de novo software para que os médicos possam proceder à prescrição electrónica”, frisou.
Para Artur Lima, “as contas regionais estão longe de se poderem comparar a colossais buracos financeiros existentes em outras latitudes, mas poderiam estar ainda melhores se a Saúde fosse eficazmente gerida”.
No mesmo sentido, Pedro Gomes, do PSD/Açores, salientou que o executivo regional, “apesar de ter investido milhões, não conseguiu resolver os problemas na Saúde, nomeadamente o acesso aos cuidados primários”.
“Temos uma Saúde brutalmente endividada nos Açores”, frisou, acrescentando que o Serviço Regional de Saúde “deve e tem responsabilidades financeiras de 600 milhões de euros”.
Para Pedro Gomes, “não é preciso gastar mais, é preciso gastar melhor”.
Na resposta, o secretário regional da Presidência, André Bradford, admitiu que o executivo já investiu seis milhões de euros na informatização da saúde, reconheceu a existência de problemas e garantiu que a prescrição eletrónica apenas entra em vigor a 1 de outubro “onde não houver problemas”.
André Bradford salientou que os problemas financeiros no setor da Saúde não são exclusivos dos Açores, acontecem “em Portugal, na Europa e no mundo”, revelou que as medidas de poupança implementadas pelo executivo já começaram a dar resultado e frisou que “nunca houve, no regime autonómico, melhores condições no acesso à saúde”.