A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove a 24 e 25 de março o 7.º Censo de Milhafres nos Açores, numa iniciativa que pretende avaliar o estado da população da maior ave de rapina do arquipélago.
A iniciativa, que tem vindo a ser realizada todos os anos desde 2006, envolve a mobilização de dezenas de voluntários, a quem compete a recolha de dados sobre avistamentos destas aves.
Para participar neste censo não é necessário ter conhecimentos científicos específicos, bastando conseguir identificar um milhafre.
O censo apela, por isso, à cidadania ambiental, propondo a participação dos cidadãos num projeto científico que visa a obtenção de mais dados sobre as populações de milhafres existentes nos Açores.
No ano passado, esta iniciativa envolveu 199 voluntários, tendo permitido avistar 959 aves nas ilhas dos Açores, estimando os especialistas que possam existir no arquipélago cerca de 1.300 milhafres.
Os milhafres, com uma envergadura entre 110 e 130 centímetros, podem ser vistos sozinhos ou em grupo, a voar, pairar, pousados no solo ou em cima de muros ou postes.
Esta espécie pode ser observada um pouco por todo o lado, em zonas florestais, áreas costeiras, de pastagens e mesmo zonas urbanas, alimentando-se maioritariamente de roedores.
A perseguição do homem, o envenenamento e a eletrocussão em linhas elétricas são as principais ameaças que afetam os milhafres.
Este censo de milhafres promovido pela SPEA vai também decorrer em simultâneo na Madeira, onde estas aves são conhecidas como mantras e se estima que possam existir cerca de duas centenas de exemplares, espalhados pelas ilhas da Madeira e Porto Santo.
Em termos científicos, segundo a SPEA, nos Açores ocorre a subespécie ‘Buteo buteo rothschildi’, enquanto na Madeira a subespécie que existe é a ‘Buteo buteo harterti’ e no território continental ocorre a subespécie ‘Buteo buteo buteo’.
Lusa