Censo aponta para 1350 milhafres nos Açores e 200 na Madeira

Um censo de milhafres promovido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) revelou que existem cerca de 1.350 indivíduos desta ave de rapina nos Açores, enquanto na Madeira são apenas cerca de duas centenas.

O recenseamento da população de milhafres para fins científicos tem vindo a realizar-se nas duas regiões autónomas desde 2006, tendo sido avistados desde essa altura 3.221 exemplares, numa iniciativa que envolveu 614 voluntários. Nos Açores, esta espécie é conhecida por milhafre e corresponde à subespécie ‘Buteo buteo rothschild’, enquanto na Madeira é designada por manta e corresponde à subespécie ‘Buteo buteo harterti’. Esta ave de rapina diurna, com uma envergadura de asas que pode atingir 1,30 metros, tem um papel importante no ecossistema, já que, como se alimenta de roedores, funciona como agente controlador de pragas. Os dados divulgados pela SPEA indicam que 2011 foi o ano com mais avistamentos de milhafres no arquipélago dos Açores, num total de 861 aves, o que poderá estar relacionado com o número de voluntários envolvidos no censo, que ultrapassou as 160 pessoas. Na Madeira, apesar de também se ter batido o recorde de voluntários, com 38 pessoas envolvidas no censo, o número de aves avistadas foi mais baixo, apenas 98. A maioria dos exemplares foi avistada quando voava, o que, segundo os especialistas, é um comportamento frequente, além de facilitar a observação. Este censo revelou que as ilhas do Faial, Pico e S. Miguel, nos Açores, são as que apresentam uma densidade maior desta espécie, enquanto a menor densidade foi registada na Madeira. A SPEA pretende continuar a motivar os cidadãos para que participem na observação destas aves e percorram um maior número de quilómetros, de forma a obter estimativas e valores de densidades médias mais fiáveis sobre o número de milhafres/mantas existentes em cada ilha.

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