Central Geotérmica retoma funcionamento normal em julho

O presidente da Eletricidade dos Açores (EDA), Duarte Ponte, revelou que será retomado durante o próximo mês o normal funcionamento da Central Geotérmica da Ribeira Grande, estando já reparado o furo de injeção.

“Esta central só tinha um furo de injeção, esse furo está totalmente reparado e a nascente que contaminou o furo está praticamente normal, já não causa nenhum problema ambiental”, afirmou Duarte Ponte, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.

Duarte Ponte acrescentou que “está a ser feito um segundo furo, para que, se acontecer alguma coisa com o furo de injeção, exista um furo alternativo e não seja necessário parar como aconteceu agora”.

O presidente da EDA, que falava à margem de um seminário internacional sobre energias renováveis que hoje começou na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, recordou que o arquipélago atingiu no ano passado 30 por cento de penetração deste tipo de energia.

“As duas ilhas com maior penetração de renováveis são S. Miguel e as Flores, onde ronda os 50 por cento”, afirmou Duarte Ponte.

Ao nível da eólica, o Parque dos Graminhais, em S. Miguel, tem uma potência instalada de nove megawatts, a mesma que também existe na ilha Terceira depois do recente aumento da potência instalada, enquanto no Faial, deve começar a produzir em agosto o Parque do Salão, com uma potência instalada de 4,25 megawatts.

Duarte Ponte salientou ainda que está previsto um “aumento da potência instalada” nos parques eólicos existentes nas ilhas de S. Jorge, Pico e Santa Maria.

No que se refere à energia hídrica, salientou que está a ser reforçada a capacidade instalada na ilha das Flores, onde deverá ser construída uma nova unidade de produção de energia a partir desta fonte renovável.

A energia geotérmica atualmente apenas é utilizada em S. Miguel, mas continua em estudo a criação de uma central na ilha Terceira, estando prevista a realização de um “grande encontro de cientistas” em breve para analisar a situação.

“Existe um furo com potencialidade de três megawatts, mas ainda não decidimos se demos aproveitar este furo e instalar uma central de pequena dimensão ou se devemos fazer mais furos para atingirmos uma potência instalada de 10 megawatts”, afirmou Duarte Ponte.

Em S. Miguel, o presidente da EDA admitiu a possibilidade de aumentar a possibilidade da Central Geotérmica do Pico Vermelho.

Duarte Ponte salientou ainda que, dentro de dois ou três anos, deve estar também a funcionar a incineradora de resíduos da Associação de Municípios de S. Miguel, que deverá assegurar 10 por cento da energia produzida nesta ilha.

“A curto prazo, podemos atingir 75 por cento de energia renovável em S. Miguel”, afirmou o presidente da EDA, acrescentando que esse é o “limite natural” para a penetração de renováveis no arquipélago.

“O grande problema nos Açores é a regulação da rede. As renováveis não têm a mesma capacidade da térmica para regular a rede. Quando abrimos a luz ou ligamos um motor é preciso que instantaneamente seja colocada mais potência na rede para que a luz mantenha a mesma voltagem e, nas renováveis, essa resposta não é instantânea”, frisou.

Duarte Ponte salientou, por isso, que existe “um limite natural imposto pela própria geografia para a penetração das renováveis, que pensamos ser à volta dos 75 por cento”.

 

Lusa

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