Centro da Universida​de pede ao Governo dos Açores para valorizar recursos regionais

O diretor do Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores lamenta a contratação de empresas externas à região por entidades tuteladas pelo executivo regional, sublinhando que não ajuda a economia e a academia açorianas.
As críticas estão numa “carta aberta” dirigida ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, com data de sexta-feira, distribuída a diversas entidades da região e a que a Lusa teve hoje acesso.
A motivação da carta assinada pelo diretor do Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, Gualter Couto, é a alegada contratação pela Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA) de uma “empresa externa à região para assessoria na criação de um BIC (Business Innovation Centre) nos Açores”.
Gualter Couto lamenta esta opção, que afastou empresas regionais “com ‘know how´’ técnico e científico suficiente” para o projeto, mas que também excluiu a própria Universidade dos Açores “conforme já aconteceu, inexplicavelmente, em outras ocasiões pela mesma entidade”.
O responsável diz que a Universidade dos Açores, e especificamente o departamento de Economia e Gestão e o Centro de Empreendedorismo, tem docentes doutorados “em várias universidades de prestígio nacional e internacional” e desenvolve parcerias e estudos com outras entidades da região, do país e do mundo. Conhece, por outro lado, a realidade regional melhor do que qualquer empresa ou entidade de fora dos Açores, acrescenta.
Em simultâneo, diz ainda o texto, são “do conhecimento público” os efeitos da crise e de “decisões políticas” na Universidade dos Açores, que colocam em causa “a continuidade de alguns serviços”.
“O Governo dos Açores conhece toda esta situação e comprometeu-se a apoiar a instituição. (…) Muito do apoio que o Governo dos Açores pode prestar à Universidade dos Açores é dar-lhe a oportunidade de trabalhar em projetos concretos e ter as mesmas oportunidades que outras entidades, cujas ligações aos Açores são inexistentes ou duvidosas”, lê-se no texto, que diz que o Centro de Empreendedorismo nem sequer teve conhecimento de “terem sido consultadas empresas/instituições regionais para apresentação de propostas” no caso em concreto.
O mesmo se aplica às empresas regionais, defende Gualter Couto, dizendo que dadas as “grandes dificuldades do tecido empresarial” açoriano, “esperar-se-ia, no mínimo, que como forma de estímulo à economia, o Governo dos Açores, e por conseguinte todas as entidades/instituições que dele dependem diretamente ou se apresentam como seu representante, promovessem a aquisição de bens e serviços localmente”.
O responsável apela, por isso a Vasco Cordeiro que “reveja estas situações e que, de futuro, se valorizem os recursos regionais”.

 

Lusa

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