“Os Açores são uma Região essencialmente rural, em que existem todas as condições para produzir de forma biológica, mas os agricultores ainda vêem isso como algo quase impossível. Quando se fala de certificar é ainda pior, olham sempre o processo como muito complexo e caro. Acabem por decidir que não vale a pena”. Quem o diz é Marcela Sobral, da BioAzorica, organização que promove um curso de “Controlo de qualidade em modo de produção biológico”.
O curso, que decorre a 22 e 23 de Janeiro, nos Serviços de Desenvolvimento Agrário, na Vinha Brava, é ministrado pela SGS, uma empresa líder mundial na área da certificação e inspecção.
“O objectivo é quebrar os mitos que existem em torno da produção e certificação de produtos biológicos. É uma formação dirigida aos agricultores, mas também a técnicos, estudantes e professores, que servirão como disseminadores do conhecimento, uma vez que não podemos chegar a todos os produtores”, explica.
Na opinião de Marcela Sobral a produção biológica nos Açores ainda está numa fase muito inicial. “No passado Verão estivemos nas cinco ilhas do grupo Central e fizemos um inquérito a agricultores. Percebemos que existem alguns a produzir de forma biológica, principalmente no Pico, São Jorge e Faial, bem como na Terceira, mas a maioria não está certificada. Isto é algo que deve mudar, sobretudo numa altura em que, no próprio mercado regional, são cada vez mais as pessoas que procuram produtos de maior qualidade, para si e para os seus filhos”.
O enquadramento legal (nacional e comunitário) do modo de produção biológico e a metodologia de controlo de certificação são os dois temas centrais do curso com duração de 16 horas, cuja inscrição custa 45 Euros, 15 para estudantes.
Entretanto, os Açores vão passar a ter entidades certificadas para aconselhamento agrícola e florestal. Associações, cooperativas agrícolas, empresas e associações florestais podem candidatar-se à obtenção de certificação para prestação dos serviços previstos pelos sistemas de aconselhamento agrícola e florestal que o Governo Regional criou para “promover o desenvolvimento sustentado do meio rural”.
As regras para as entidades interessadas estão numa portaria da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.
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