Certificar floresta açoriana para promover qualidade

florestaO secretário regional da Agricultura e Florestas dos Açores, Noé Rodrigues, anunciou esta terça-feira que o executivo pretende certificar a floresta açoriana, considerando a medida “importante para valorizar a qualidade” da produção florestal no arquipélago.
“Será um elemento valorizador, de forma substancial, da qualidade da produção florestal nos Açores, sendo que, da parte do executivo açoriano, já estão a ser tratados todos os pormenores relativos aos apoios e à preparação do caderno de encargos para o processo de certificação”, afirmou Noé Rodrigues.
O secretário regional, que discursava na abertura do VI Congresso Florestal Nacional, que decorre em Ponta Delgada, salientou que este projecto já foi apresentado aos produtores florestais, aos empresários do sector e à Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais.
Na sua intervenção, Noé Rodrigues salientou que floresta açoriana ocupa cerca de 71.500 hectares, correspondendo a uma taxa de arborização média por ilha de 31 por cento.
“Nos últimos anos, no âmbito dos II e III Quadros Comunitários de Apoio, foram reflorestados 1.796 hectares e beneficiados 390 hectares de povoamentos florestais”, revelou, acrescentando que foram ainda florestados 1.629 hectares de terras agrícolas marginais, o que “reforçou a componente produtiva da floresta açoriana”.
No quadro do actual Quadro Comunitário de Apoio, ao abrigo do programa PRORURAL, segundo Noé Rodrigues, já foram apresentadas 31 candidaturas de projectos de arborização, com um investimento superior a dois milhões de euros, abrangendo uma área de 426 hectares.
No âmbito da melhoria e requalificação das reservas florestais de recreio, o secretário regional revelou que foram apresentadas 13 candidaturas, com um investimento proposto superior a um milhão de euros.
Noé Rodrigues destacou, por isso, o papel do sector florestal açoriano na economia, a que se associa uma função de “protecção e parte indissociável da típica paisagem açoriana”.
No discurso que proferiu na abertura dos trabalhos, o secretário regional salientou ainda que a floresta natural representa cerca de 69 por cento da área total florestal do arquipélago, referindo, por outro lado, que a floresta de produção, em áreas públicas e privadas, é composta predominantemente por povoamentos de criptoméria, mas também por acácias, eucaliptos e pinheiros bravos.
O VI Congresso Florestal Nacional, que decorre até sexta-feira em Ponta Delgada, conta com a presença de cerca de duas centenas de cientistas e técnicos, nacionais e internacionais.
A reunião, organizada pela Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais em parceria com o Governo dos Açores, tem como lema central ‘A Floresta num mundo globalizado’, assumindo a importância deste recurso natural na sociedade.
Durante os trabalhos vão ser debatidos temas relacionados com os recursos genéticos, ambiente, biodiversidade, protecção, desenvolvimento rural, gestão municipal, energia, competitividade e indústria.
Será ainda divulgado o trabalho que está a ser efectuado nos Açores nas áreas do melhoramento genético florestal, revitalização dos ecossistemas florestais autóctones, arborização das bacias hidrográficas das lagoas e multiplicação de espécies endémicas açorianas.
Estão também previstas visitas de campo a ensaios, viveiros e projectos florestais na ilha de S. Miguel.

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here