César assegura que situação dos Açores não apresenta problemas

O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, assegurou hoje que as situações detetadas nas contas da Madeira já foram “conferidas” nos Açores, repudiando as “insinuações” feitas pela líder regional do PSD sobre esta matéria.

“É preciso que fique claro que as situações detetadas na Madeira são situações que estão conferidas nos Açores, sem que exista qualquer problema. Nada de confusões”, afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas. Nesse sentido, o presidente do executivo açoriano, que falava à margem da inauguração da nova Escola Básica e Integrada de Ponta Garça, em S. Miguel, repudiou as “insinuações” feitas na sexta-feira por Berta Cabral, líder do PSD/Açores, que pediu “prudência” nos comentários sobre as contas da Madeira, alegando que “ainda não está identificada a situação nos Açores”. Para Carlos César, a líder da oposição açoriana “parece que está muito zangada e despeitada” por não haver nos Açores “uma situação de dificuldades”. “É verdade que a Madeira alcançou agora uma notoriedade internacional pelas piores razões. Se for por razões de boa gestão e de acautelamento do interesse público, preferimos ficar no anonimato”, frisou. Carlos César considerou que “o importante é que haja condições para que a situação da Madeira seja invertida e que essa situação não se prolongue e não se agrave”. Nas declarações que prestou aos jornalistas, Carlos César reafirmou que o executivo açoriano está a seguir uma trajetória iniciada há anos, que visa “a diminuição das despesas de funcionamento, a correção das despesas de pessoal, a reorientação da despesa pública”, frisando que “há muitas normas que estão a ser adotadas em consequência do acordo com a ‘troika’ que já estavam a ser executadas nos Açores há alguns anos”. “Isto não quer dizer que os Açores não têm dívida, que não tenham dificuldades, que não fosse necessário ter mais dinheiro para recuperar atrasos seculares, mas vamos caminhando de acordo com as nossas possibilidades e a racionalidade que a salvaguarda do futuro exige”, acrescentou. O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal divulgaram na sexta-feira de manhã um comunicado no qual dão conta de encargos financeiros assumidos pela Madeira que não foram nem pagos nem reportados. Considerando a prática “grave”, as duas autoridades nacionais afirmam que esta “omissão” vai obrigar à revisão dos défices de 2008 a 2010, para incluir no défice orçamental português 1.113,3 milhões de euros só nestes três anos, a maior parte (915,3 milhões de euros) a incluir em 2010 – o impacto estimado no défice de 2008 é de 139,7 milhões de euros (0,08 por cento do PIB), em 2009 é de 58,3 milhões de euros (0,03 por cento) e em 2010 é de 915,3 milhões de euros (0,53 por cento). O primeiro-ministro afirmou, na sexta-feira à tarde, em Paris, que os factos agora conhecidos configuram “uma irregularidade grave”, afirmando que o executivo já está a elaborar legislação para que tal não se repita.

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