O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, considerou esta quarta-feira “positivas” as audiências com partidos políticos e parceiros sociais para a elaboração do Plano e Orçamento para 2010, salientando as contribuições dadas nestes encontros.
“Os alertas que nos foram dados vão servir para a elaboração dos documentos e contribuem também para que possamos efectuar uma melhor governação e superar rapidamente a situação conjuntural da actual crise”, disse Carlos César.
O chefe do executivo regional, que falava aos jornalistas no final das audiências que, durante dois dias, decorreram no Palácio dos Capitães Generais, em Angra do Heroísmo, manifestou confiança no “retomar do caminho que continua a fazer (os Açores) crescer mais do que o país e a União Europeia”.
“As medidas que tomamos têm tido sucesso, nomeadamente os sistemas de incentivos, que são os melhores da UE”, frisou Carlos César, que acrescentou “ter regressado a normalidade à maioria” das empresas apoiadas.
O presidente do governo açoriano reafirmou as prioridades nos sectores do turismo, agricultura e economia do mar, em particular nas pescas, aproveitando para revelar que “o fundo de pescas vai ser aumentado”, o que se justifica por existir “uma escassez de recursos”.
Carlos César anunciou também apoios aos produtores de mercadorias de exportação, e uma redução não quantificada no custo dos transportes de mercadorias entre as ilhas do arquipélago.
Esta manhã, as audiências começaram com a Federação das Pescas, que reivindicou “apoios para aliviar o sufoco financeiro de algumas famílias”.
Para além “da queda em 20 por cento nas capturas e nos preços de primeira venda”, Liberato Fernandes salientou que o sector viu “aumentar o número de pescadores no activo, dado que muitos que vão para o desemprego na construção civil voltam à actividade piscatória”.
Liberato Fernandes considerou ser “necessário financiar o sector com juros baixos” e pediu ao governo que “intervenha junto da República para corrigir os pagamentos por conta, que atingem muitas micro-empresas do sector das pescas”.
Por seu turno, a Federação Agrícola dos Açores adiantou que os agricultores “estão preocupados com a competitividade, os custos dos transportes e o fim das quotas leiteiras”.
Nesse sentido, os responsáveis da federação acusam os transportadores “de aumentar o preço do transporte quando sabem que os produtores recebem apoios oficiais”.
A ronda de audiências encerrou com a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA), que pretende uma “concentração de meios nos sectores da construção e exportação”.
O presidente da direcção da CCIA, Mário Fortuna, defendeu “afinações nos sistemas de incentivos”, que necessitam “de ser mais ágeis e atractivos”.
Lusa
Related