César defende casamento entre homossexuais

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O presidente do Partido Socialista (PS) dos Açores está a favor da legalização do casamento homossexual.

Depois de depositar esta sexta-feira o seu boletim de voto, na urna disponibilizada na sede do partido em Ponta Delgada, para a eleição directa do secretário-geral do PS, dos delegados ao XVI Congresso Nacional do Partido Socialista e dos órgãos do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, Carlos César afirmou aos jornalistas que subscreve “a generalidade das medidas e os valores” preconizados na moção que José Sócrates vai levar ao congresso dos socialistas, marcado para os dias 27 deste mês e 1 de Março, em Espinho.
Deste modo, também subscreve a proposta de legalizar o casamento homossexual, pois “isso representa um valor de liberdade”, sublinhou o líder dos socialistas e presidente do Governo Regional.

 
Referindo-se à posição dos bispos, tornada pública na sequência da Conferência Episcopal, Carlos César afirma ainda que não vê razões “para a Igreja Católica protestar por isso ou dizer que não se deve votar no Partido Socialista, porque o PS defende o casamento entre homossexuais”.

 
“Pede-se aos senhores bispos que tenham para connosco a mesma tolerância que nós temos para com eles”, diz, acrescentando que “há tantos, tantos católicos, que não estão de acordo com o comportamento de alguns sacerdotes, não estão de acordo com decisões dos bispos, com decisões do Papa e que não subscrevem a liturgia da Igreja Católica, mas que não deixam de acreditar em Deus por causa disso, nem de frequentar a Igreja”.

 
Os socialistas começaram a votar ontem para eleger pela terceira vez José Sócrates secretário-geral do PS, numas “directas” que envolvem 730 secções, mas em que a participação dificilmente atingirá 40 por cento dos 73 mil militantes, refere a Agência Lusa. Os militantes socialistas  elegem também 1729 delegados para o congresso do PS e os órgãos do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas.

 
Para Carlos César, estas são “eleições muito importantes” para os socialistas “darem força à liderança de José Sócrates e à firmeza com que deve continuar a trabalhar”. “Estamos numa fase da vida económica e social portuguesa, onde a autoridade do Governo e a firmeza das suas medidas são componentes importantes para o sucesso da recuperação e de combate à crise”, afirmou o líder dos socialistas açorianos.

 
Como sublinhou na ocasião, “nesta eleição, prestamos homenagem a um líder do Partido Socialista que lutou com muita coragem, com muita firmeza, sem hesitações a favor do ponto de vista do PS/A no processo de revisão do Estatuto dos Açores e que fez a revisão da Lei das Finanças das Regiões Autónomas”. José Sócrates, disse César, “é aquele que nós escolhemos para liderar a candidatura do PS nas próximas eleições para a Assembleia da República, onde contamos obter uma vitória e desejamos que seja uma vitória com uma maioria absoluta”, realçou.

 
Quanto às consequências do caso Freeport para o secretário-geral do PS,  César considera que não tem fragilizado mas sim “revigorado a imagem e acção do Primeiro-Ministro”, uma vez que se está perante uma campanha com objectivo de denegrir a sua figura.

 

 

in AOriental / Paula Gouveia

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