Carlos César, em declarações à Lusa, advertiu, no entanto, que “de pouco valerá um OE agora para ser boicotado futuramente nos seus decretos de execução na Assembleia da República, ou, pior ainda, interrompido ao fim de poucos meses pelo derrube do Governo logo que ocorram as eleições presidenciais”.
Nesse sentido, o presidente do PS/Açores e membro do Secretariado Nacional do partido, defendeu ser necessário “um acordo de estabilidade governativa para todo o ano de 2011 e, preferencialmente, para a legislatura”.
“Aprovar o OE para ele poder não ser executado ou sobretudo para durar poucos meses, é como superar uma crise para poder iniciar outra”, frisou Carlos César.
Nas declarações que prestou à Lusa, acusou ainda o PSD de ter tido nos últimos meses um “comportamento muito oneroso para o país”, considerando que “não hesitou em prejudicar gravemente o país durante muitas semanas e em muitos milhões de euros perante os mercados financeiros, só para obrigar o governo a apresentar primeiro uma proposta com medidas tormentosas e sujeitas ao protesto das pessoas para assim provocar o seu desgaste eleitoral”.
Para Carlos César, “com este tacticismo para extrair benefícios partidários, o PSD conseguiu com certeza mais votos, mas à custa do país e do agravamento dos ataques especulativos a Portugal”.
O líder do PS/Açores e presidente do executivo regional considerou, por outro lado, que o acordo alcançado poderá colocar em causa o objetivo de fixar o défice em 4,6 por cento no final do próximo ano.
Relativamente ao impacto nas transferências paras regiões autónomas, Carlos César afirmou não ter ainda informações suficientes para se pronunciar.