CGTP quer salário mínimo nacional acrescido de 7,5% nos Açores

O líder da CGTP-IN nos Açores, Vítor Silva, anunciou esta quarta-feira o lançamento de uma petição que defende que o acréscimo ao salário mínimo nacional na região autónoma passe de 5 de 7,5 por cento.
 

O salário mínimo nacional nos Açores tem um acréscimo de cinco por cento em função do valor nacional, situando-se neste momento em 509,25 euros.

“A deterioração das condições socioeconómicas a nível nacional tem sido agudamente sentida na Região Autónoma dos Açores, contribuindo para agravar as dificuldades acrescidas da situação insular”, declarou Vítor Silva, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada.

O dirigente sindical considerou que por não se ter cumprido no contexto nacional com o acordado em relação ao aumento do salário mínimo se geraram efeitos “ainda mais negativos” nos Açores.

“Acentua-se a desigualdade de que são vítimas os trabalhadores açorianos e aumenta-se a disparidade remuneratória relativa, com prejuízo da coesão social do país”, acentou.

A CGTP-IN considera que com o acréscimo salarial que propõe se contribuiria para a valorização dos salários e das pensões, para “dinamizar” o mercado regional e para “evitar” mais recessões e falências.

“Esta medida servirá ainda para reduzir o impacto negativo de algumas medidas nacionais na região, combater o aumento de impostos, nomeadamente do IVA, IRS e do IMI, entre outros”, referiu Vítor Silva.

Vítor Silva disse estar convicto de que um aumento do salário mínimo nacional nos Açores no valor proposto pela central sindical vai contribuir para “dar mais poder de compra” aos açorianos e “reduzirá” o custo vida mais alto nos Açores do que no restante território nacional, onde cada açoriano ganha menos 87 euros.

“Acima de tudo, esta é uma medida para dar ânimo e esperança aos trabalhadores, que estão cansados de fazer sacrifícios ano após ano, sem verem resultados positivos. Antes pelo contrário, fazem os sacrifícios e a situação ficar pior do que estava”, frisou.

O dirigente da CGTP-IN condenou ainda a “vergonhosa” distribuição da riqueza entre ricos e pobres, dizendo que nos Açores o tecido empresarial, designadamente as grandes empresas como a Cofaco, superfícies comerciais e grupo Bensaúde não estão disponíveis para promover uma valorização dos salários.

De acordo com a petição da CGTP-IN, mais de 50 mil açorianos vivem com 400 euros mensais, valor abaixo do limiar da pobreza, que são 423 euros.

Ainda segundo o mesmo texto, a cada três meses são entregues à banca 130 habitações nos Açores, por incumprimento nos pagamentos dos empréstimos, enquanto o número de insolvências das famílias na região “aumenta assustadoramente”.

A estrutura sindical vai agora promover audiências com entidades que possam eventualmente subscrever a petição.

 

Lusa

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