Numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura reagiu às palavras do líder do PSD, Rui Rio, que hoje, numa entrevista à Antena 1, afirmou que abdicaria de formar um Governo caso isso dependesse do Chega.
Segundo o líder do Chega, o raciocínio de Rui Rio mostra que “o que está em causa nestas eleições” é a “escolha de um bloco central de governação ou a escolha de uma via alternativa”, e defendeu que o líder do PSD “prefere governar com o PS do que formar uma coligação com diversos partidos da direita parlamentar”.
“Ao definir este trajeto, fica claro que o PSD deve começar a ser tratado como um partido de centro-esquerda e um aliado do PS, o que deve levar os eleitores da área política do centro-direita e da direita a pensar várias vezes antes da colocação do seu voto na urna eleitoral”, indicou.
André Ventura frisou ainda que o objetivo da direita deve ser o de “governar e retirar a maioria à esquerda parlamentar, ter a capacidade de delinear e aprovar reformas fundamentais para o país, desde a justiça à atividade económica, desenvolver uma política de aumento de salários e pensões, arredar a extrema-esquerda de qualquer influência no parlamento ou no executivo”.
“Admitir o contrário, admitir um apoio direito ou indireto ao Governo socialista, é uma traição ao eleitorado: é isso que Rui Rio está a fazer”, realçou.
O líder do Chega apelou assim “à criação de uma grande plataforma de diálogo entre os partidos da direita parlamentar”, o que poderia “ocorrer já em dezembro, após os congressos de todos os partidos”, com o objetivo de “encontrar a fórmula necessária para afastar de vez o PS do poder”.
Ventura considerou que, caso a direita não o faça, está a “trair o eleitorado e a desmerecer a confiança neles depositada”.
“Se o PSD der as mãos ao PS no Governo nacional, permitindo a continuidade do marasmo em que andamos há seis anos, então o Chega reservará para si o lugar de única oposição nacional e dará instruções, a nível autárquico e regional, nomeadamente nos Açores, para quebrar qualquer entendimento que subsista entre o Chega e o PSD”, frisou.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal e um do PAN.
Nos Açores, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação.
A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.
Lusa