A expansão dos produtos chineses na Ilha do Pico está a ameaçar o comércio tradicional e o sector de pronto-a-vestir é o mais afectado, segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial do Pico (ACIP).
Está prevista para o mês de Dezembro a abertura da terceira loja de produtos chineses no concelho de Madalena, com cerca de 700 metros quadrados.
Com a abertura do novo estabelecimento, a Ilha do Pico passará a ter sete lojas com produtos chineses, o que equivale a mais de 2.500 metros quadrados.
Para o presidente da ACIP, esta situação é “inconcebível” para uma ilha que tem apenas 15 mil habitantes, apesar de considerar que os baixos preços dos produtos chineses “aliciam” toda a população, que também se “protege” da actual crise económica.
A grande preocupação de Daniel Rosa não passa apenas pelo futuro do comércio tradicional, mas pela própria concorrência entre os estabelecimentos chineses, visto já existirem nos três concelhos da ilha.
O Governo Regional deveria “proteger de alguma forma” o comércio português, segundo o presidente da ACIP, pois já se começa a verificar o encerramento de alguns estabelecimentos devido ao fraco rendimento que tinham.
“É importante realçar que o comércio tradicional tentou modernizar-se e acompanhar as necessidades dos seus consumidores, tendo vindo a baixar os preços”, afirma Daniel Rosa.
“Os portugueses caem, muitas vezes, numa ilusão, porque os preços dos nossos produtos não variam assim tão significativamente”, disse, alertando os consumidores para que verifiquem a qualidade dos produtos chineses, pois é, muitas vezes, “inferior” aos nacionais.
O presidente da ACIP considera ainda que a expansão de estabelecimentos chineses deve-se principalmente ao facto de Portugal estar a passar uma “grande crise”, aproveitando para vender mais a preços reduzidos e colocando o comércio tradicional em maiores dificuldades.
in DiarioInsular.com