Depois de uma campanha eleitoral marcada por acusações mútuas e impugnação de eleições para delegados, os trabalhos do congresso mostraram uma organização profundamente dividida.
A eleição dos órgãos regionais, que se realizou na noite de sábado, acabou por refletir essa divisão, tendo sido impugnada pela lista liderada por Alexandre Gaudêncio, alegando falsificação de assinaturas na votação dos delegados.
Na madrugada de domingo, o Conselho de Jurisdição Regional acabou por homologar os resultados, tendo Cláudio Almeida sido reeleito com 84 votos, contra 48 obtidos por Alexandre Gaudêncio, que era vice-presidente na anterior direcção.
Antes do início da sessão de encerramento do congresso, Alexandre Gaudêncio disse aos jornalistas que não reconhecia legitimidade à direção de Cláudio Almeida, que respondeu recordando que a vitória foi legitimada pelos órgãos próprios da JSD/Açores.
Ainda antes de começar a sessão, a candidatura de Alexandre Gaudêncio fez ler um documento em que diz “não existirem condições” para Cláudio Almeida assumir funções, acusa o secretário geral de ser “complacente com falsificação de assinaturas” e lamenta a “posição sempre parcial” do Conselho de Jurisdição.
O candidato derrotado propôs ainda a “expulsão” de todos os envolvidos nos “esquemas manhosos” que terão decorrido durante o congresso.
Os elementos da lista de Alexandre Gaudêncio eleitos para o Conselho Regional não tomaram posse e todos os congressistas que o apoiaram saíram da sala quando Cláudio Almeida iniciou o discurso de posse.
Na sessão de encerramento, Pedro Rodrigues, líder da JSD, não fez uma única referência à divisão interna entre os jovens social democratas açorianos, mas Berta Cabral, presidente do PSD/Açores foi clara ao afirmar que “a JSD escolheu, está escolhido”.
Berta Cabral pretendeu “desdramatizar” a situação, frisando ser “natural que pessoas diferentes protagonizem projetos diferentes”, mas defendeu que agora é altura de “olhar para a frente” e apelou à unidade da JSD/Açores.
“O PSD precisa de uma JSD reivindicativa e proponente, que seja a consciência crítica do partido e da sociedade”, afirmou.