Clélio Meneses solicita reflexão para problemas estruturais do Serviço Regional de Saúde

Fotos: SRSD / Governo dos Açores

O Secretário Regional da Saúde e Desporto identificou, esta sexta-feira, seis problemas estruturais com que se debate o Serviço Regional de Saúde, para os quais solicitou a reflexão, na abertura do “Fórum Saúde 2030”, em Angra do Heroísmo.

Nesta que foi a primeira sessão do evento, Clélio Meneses realçou a falta de financiamento da Saúde, como um problema “crónico e estrutural”, a par de outros como a falta de recursos humanos e a degradação de diversas instalações.

No primeiro caso, o governante alertou para a consequência do subfinanciamento “que faz com que seja mais cara a saúde nos Açores”.

De igual modo, o défice de recursos humanos, “entretanto reforçados no primeiro ano e meio de mandato do atual Governo, pela contratação de mais médicos e enfermeiros”, constitui para o titular da pasta da Saúde do Governo dos Açores “um problema agravado pelo facto de os prestadores de serviços não garantirem estabilidade” e “pela dependência de programas ocupacionais e de estágios”, frisou.

O Secretário Regional expressou também preocupação pela degradação de instalações e de equipamentos, situação “que vai exigir um esforço grande de recuperação, mas que pode ser atenuado”, disse, “pela oportunidade do Plano de Recuperação e Resiliência que destina 30 milhões de euros à Saúde nos Açores”.

Clélio Meneses adiantou que, do total, oito milhões de euros são destinados a equipamentos, mas que a verba vai também permitir a digitalização de todo o setor com aposta forte na “interoperabilidade de sistemas”.

O governante elencou também como problemas estruturais a organização, o envelhecimento da população e a dificuldade no acesso aos cuidados de saúde.

A este propósito, reiterou a estratégia de reformulação e inversão do sistema “de modo que os cuidados primários sejam, de facto, a primeira porta de entrada do serviço público de saúde” e não a Urgência.

Acabar com o que chama de “dupla injustiça”, foi outra das ideias defendidas pelo Secretário Regional, porque “quem não tem meios para recorrer a privados fica em espera e os que os têm, pagam o privado, o seguro de saúde e os impostos”, frisou.

“Pensar estrategicamente, reorganizar estruturalmente para podermos realizar com eficácia, é um desafio”, afirmou Clélio Meneses, solicitando que o Fórum seja “um íman ou um atrativo para que todos deem o seu contributo”.

Na primeira sessão do “Fórum Saúde 2030”, participaram como oradores convidados, o Professor Eurico Castro Alves, atual presidente da Convenção Nacional da Saúde, o médico especialista em medicina geral e familiar, João Sarmento e o gestor e Diretor de Assuntos Institucionais dos Estados membros, Pedro Marques.

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