“Sabemos que elas vão acontecer, mas não podemos garantir o local exato onde vão acontecer. Vão ter lugar de forma aleatória por todo o arquipélago”, disso docente da Universidade dos Açores.
Brito de Azevedo defendeu que, nos Açores, o que há a fazer é “estar preparado” para os problemas que possam surgir.
“Nós temos de viver com o risco que já está associado à nossa existência de ilhéus. Não podemos é acrescentar situações que aumentem o risco. Temos de ser muito cuidadosos na ocupação do território”, disse o cientista.
O climatologista frisou que não se pode “negligenciar”, sobretudo quando “muitas vezes” as situações irregulares derivam do “interesse duvidoso” sobre a ocupação do território por parte de estabelecimentos, sob o pretexto de “contribuírem para a economia”, pondo-se “em risco” as populações.
“Nem a economia, nem as juntas de freguesias ou outras entidades têm autoridade para colocar em risco o seu vizinho. E, nestes casos, assiste-se a um certo facilitismo”, disse Brito de Azevedo.
Quanto ao caso da ribeira que transbordou na ilha Terceira, o cientista sublinhou que, cada vez mais, os períodos entre ocorrências têm vindo a ser reduzidos.
“Apesar de tudo, as pessoas ao longo da sua vida vão-se esquecendo dos fenómenos que já passaram e até negligenciam aspetos evidentes da própria configuração da ribeira, que indiciam que isso pode voltar a acontecer”, declarou Brito de Azevedo.
Lusa
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