O mais antigo clube de futebol dos Açores, o Fayal Sport Club (FSC), com sede na Horta, possui um plantel exclusivamente formado por jogadores locais, numa aposta na “prata da casa” que pode ser exemplo para alguns clubes nacionais.
Num momento em que algumas equipas entram em campo quase sem jogadores portugueses, o Fayal Sport Clube, que regressou esta época à 3.ª divisão nacional, Série Açores, tem um plantel em que apenas dois jogadores não são naturais do Faial, mas residem e estão inscritos como atletas desta ilha.
Celestino Lourenço, presidente do FSC, disse à Lusa que a direção decidiu apostar na “prata da casa”, dando primazia à formação dos atletas e à recuperação financeira do clube, fundado há 102 anos, a 2 de fevereiro de 1909.
«A nossa prioridade foi recuperar o património do clube e apostar na formação, mas sem esquecer a equipa sénior, que tinha um plantel de qualidade e que nos permitiu subir à Série Açores», afirmou, salientando que «99 por cento» do plantel para esta época é composto por jogadores naturais da ilha.
As exceções são dois jogadores, um do Pico e outro de S. Miguel, que, embora não tenham nascido no Faial, residem na ilha e estão inscritos como atletas locais.
Celestino Lourenço acredita que estão reunidas as condições para que o Fayal Sport Clube faça uma «boa prestação» na Série Açores, «dando o seu melhor, sem hipotecar o futuro do clube».
Esta opção pela “prata da casa” é também partilhada pelo treinador, Eugénio Botelho, antigo jogador do clube, para quem não existe outra forma de estar na 3.ª divisão sem ser através de uma aposta nos atletas que vêm dos escalões de formação.
«Penso que é muito melhor e muito mais fácil trabalharmos os jogadores dos escalões de formação, formarmos bons jogadores, formarmos homens, para quando chegarem à idade de seniores serem jogadores competitivos, cultos, capazes de jogar na Série Açores e, quem sabe, noutros voos mais acima», frisou Eugénio Botelho.
Neste início de época, o maior problema do FSC é não poder jogar no seu estádio porque o campo de futebol não cumpre as dimensões mínimas exigidas aos clubes que militam nas divisões nacionais.
Enquanto não começam as obras de substituição do relvado sintético, os ‘Verdes da Alagoa’, como são popularmente conhecidos, têm que viajar de barco para a vizinha ilha do Pico, onde jogam em ‘casa’ emprestada, já que no Faial não há nenhum campo de futebol que cumpra os requisitos mínimos.
«Qualquer equipa joga metade dos jogos em casa, num campo onde treina durante a semana, com os seus sócios, mas nós jogamos fora desse ambiente, o que tem desvantagens em relação aos nossos adversários», admitiu o treinador.
Neste domingo, na segunda jornada da Série Açores, o FSC estará no Pico para receber o Prainha, curiosamente um clube que partilha com a equipa do Faial o campo emprestado pelo Vitória Futebol Clube.
LUSA