Coligação PSD, CDS e PPM e acordo com Chega e Iniciativa Liberal permitiram inaugurar “tempo novo” na história da Região

O líder parlamentar do PSD/Açores, Pedro do Nascimento Cabral, afirmou hoje que a aprovação do Programa do Governo Regional abre um “tempo novo” na história da Região, com uma governação apostada em “devolver aos açorianos a esperança”.

“Nas eleições legislativas regionais, o povo dos Açores decidiu que estava na altura de inaugurar um tempo novo. Um tempo político sem maiorias parlamentares de um só partido, que impossibilitasse que o Governo Regional assumisse os destinos da Região Autónoma dos Açores sem prestar as devidas e pormenorizadas contas”, afirmou na Assembleia Legislativa dos Açores, no encerramento do debate do Programa do XIII Governo Regional, onde destacou que o documento contém “um conjunto de valores de vocação personalista, de pendor reformador e adepto da liberdade de iniciativa privada na economia”.
“Este é um contrato de governação para os Açores assente na libertação da iniciativa económica, na promoção de um desenvolvimento sustentável, na valorização da iniciativa privada, na garantia das liberdades individuais, no respeito pela pessoa humana, na dignificação do trabalho, numa ética de responsabilidade social e política, numa nova cidadania promotora duma sociedade mais inclusiva”, disse Nascimento Cabral.

O novo executivo açoriano “irá trabalhar para responder aos desafios que os Açores atualmente enfrentam e devolver aos açorianos a esperança de conhecer melhores condições de vida”, defendeu o líder parlamentar do PSD/Açores,  sublinhando as “plataformas de entendimento” estabelecidas entre os diferentes partidos que conduziram à viabilização do novo Governo Regional dos Açores, através de uma coligação entre PSD, CDS e PPM e com acordos de incidência parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal, partidos que esta sexta-feira viabilizaram o Programa do XIII Governo Regional.

“O empenho de diferentes partidos em caminharem juntos pela mudança, em prol dos
açorianos”, foi destacado pela deputada Catarina Cabeceiras, que reconhece no documento, “a marca identitária do CDS, uma visão humanista e personalista, muitas linhas orientadoras pelas quais nos debatemos nos últimos anos”.

A centrista considerou que o momento atual representa o “começo” de um “novo tempo da autonomia” do arquipélago e salientou “o espírito de diálogo refletido no Programa do XIII Governo, assente numa visão cooperativa e construtiva para responder aos desafios presentes e futuros, apostando sempre no potencial das várias ilhas, para que todas elas possam caminhar lado a lado no desenvolvimento dos Açores”, disse.

Já o deputado do PPM/Açores Paulo Estêvão,  reconhecendo que subestimou o líder do PSD regional, e testemunhando agora, com um executivo de PSD, CDS e PPM no poder, o “humanismo” e “capacidade de trabalho” de José Manuel Bolieiro, assumiu a incoerência, de ter apoiado a nomeação de Bolieiro para presidente do Governo Regional, quando dissera que não o faria. “Todos os políticos e todas as pessoas cometem, aqui ou ali, incoerências”, afirmou, explicando que “a verdade é que existia, pela primeira vez nos últimos 24 anos, como se provou uma maioria não socialista no parlamento açoriano”.

“Recusar uma coligação liderada pelo dr. José Manuel Bolieiro teria uma consequência prática: a manutenção do PS/Açores no poder. Isso constituiria, tendo em conta o meu combate de décadas ao poder socialista, uma enorme incongruência em relação ao meu passado. Seria, também, incumprir a primeira das minhas premissas. Meti-me, com as minhas declarações em relação à política de coligações, numa situação paradoxal e insustentável. A verdade é que subestimei o dr. José Manuel Bolieiro. Como agora é bem evidente, não fui o único que cometeu esse erro”, afirmou o monárquico.

Também o deputado da Iniciativa Liberal no parlamento dos Açores, Nuno Barata, considerou esta sexta feira que “décadas de socialismo desperdiçaram muito potencial dos Açores e dos açorianos”, num modelo que, acredita, “está a colapsar”.

“Décadas de socialismo colocaram os Açores e os açorianos numa espiral de dependência estatal que parece inescapável. É o próprio socialismo que destrói as condições de criação de oportunidades. O socialismo cria o mercado para a sua própria droga. O uso continuado de socialismo enfraqueceu a economia, a sociedade civil e até as instituições políticas”, disse o liberal, lembrando alguns dos desígnios do partido na última campanha eleitoral, valorizando que tais “eixos programáticos estão plasmados” no texto do executivo formado por PSD, CDS e PPM.

Uma “sociedade civil saudável e uma economia livre, onde a cor política não é vantagem ou obstáculo”, são medidas destacadas pela Iniciativa Liberal, que também destaca o “choque fiscal” que se fará sentir nos Açores.

“Viemos para libertar os Açores e os açorianos da asfixia de 24 anos de poder monopartidário e de políticas repetitivas e estatistas que têm trazido os Açores aos piores lugares nos ‘rankings’ europeus da pobreza, do desemprego, do rendimento médio das famílias, da educação e até da assistência na doença”, declarou ainda Nuno Barata, que votou favoravelmente o Programa do Governo.

Já Carlos Furtado, deputado do CHEGA, considerou que a “herança” deixada pela governação do PS indica que “não será fácil” governar os Açores nos próximos anos, mais a mais com o “maldito vírus vindo da China, tão comunista quanto capitalista”.

“Não será fácil levar por diante uma governação de quatro anos quando a herança que os senhores recebem é uma herança de finanças públicas sufocadas, endividadas”, declarou ainda, dirigindo-se à bancada do executivo.

Carlos Furtado declarou que o objetivo de se reduzirem os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) na região passa por dar condições para que os cidadãos vivam “sem ser de mão estendida”.

“Há pouca coisa mais humilhante do que viver de mão estendida. As pessoas têm dignidade, a dignidade não pode ser trocada por subsídios”, considerou o deputado.

O Programa do XIII Governo dos Açores, foi aprovado esta sexta-feira, com 29 votos a favor (PSD/CDS-PP/PPM/CHEGA/Iniciativa Liberal) e 28 votos contra (PS/PAN/BE).

Açores 24Horas c/Lusa
Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here