Comandante Fraga e Adjunto Henriques esclarecem

bombeiros-faialAntónio Fraga comanda os Homens da Paz faialenses há 22 anos e é Bombeiro há 27.

Nuno Henriques há 17 anos que “veste a camisola” pela AFBV e está na função de adjunto há um ano.

 

 

O Comandante António Fraga e o seu adjunto Nuno Henriques entregaram no dia 17 de Junho as suas cartas de demissão à Direcção da Associação Faialense de Bombeiros Voluntários.
Durante estas últimas semanas muito tem sido dito sobre o assunto, todavia, somente agora conseguimos trazer a lume as declarações do Comandante e do seu Adjunto, sem que, e apesar do contacto estabelecido, a direcção da AFBV se queira ainda pronunciar.
Oficiosamente é sabido que Ruben Simas será o substituto de Fraga, mas oficialmente os dados ainda não foram lançados.

“Nunca nos quisemos pronunciar sobre esta situação porque estávamos à espera da indigitação do novo Comandante. Oficiosamente tivemos conhecimento que já tinha sido encontrada a solução, pelo que julgamos ser esta a altura ideal para prestar esse esclarecimento” – explica António Fraga que também diz que “vamos continuar a exercer funções até que o novo comandante tome posse. Os bombeiros não vão ficar abandonados.”
“Foram várias as coisas que estiveram na base do nosso pedido de exoneração. Primeiramente, começamos por ter alguns contactos informais com a direcção onde foi discutida a questão da recruta feminina. Na ocasião mostrámos a nossa abertura para isso sem nunca deixar de frisar que para tal acontecer eram necessárias algumas alterações no quartel que assegurassem as condições mínimas para isso. Depois dessa reunião informal fomos informados, através da comunicação social que as inscrições para essa recruta já estavam abertas” – explica Nuno Henriques, que continua dizendo que “conversámos e resolvemos acatar a decisão e não a interpretamos mal, afinal de contas a direcção era recente e há sempre arestas que têm que ser limadas”.
Para além de tudo isso, aqueles dirigentes intitulam de “arrogante e humilhante” o discurso que foi feito por ocasião do Dia do Comando, “naquele dia só não fomos embora porque tínhamos compromissos já assumidos e porque não queríamos descer de nível.”
Ainda a juntar a este bolo, a direcção solicitou um barco de borracha e que fosse colocada uma sirene na PSP sem que tivesse dado conhecimento ao Comando, “fui confrontado com isto pelos responsáveis envolvidos, neste caso o Comandante do Porto e o Comandante da PSP, o que, como é de concluir, não foi nada agradável uma vez que é toda uma relação institucional que foi posta em causa” – reforça António Fraga.
Todas estas situações foram se agravando e gerando um mal-estar dentro dos bombeiros e culminaram com o pedido de exoneração.
No final, o Comandante Fraga, visivelmente emocionado disse “ninguém com a totalidade da sua sanidade mental toma semelhante posição apenas por um acto divergente, mas sim, como já o fiz sentir, por um acumular de situações. Seria injusto também, não referir que, há trabalho realizado por parte da direcção e que, poderá em alguma circunstância, ter havido um ou outro caso de falta de diálogo da nossa parte. No entanto, nunca interferimos em actos administrativos, aliás como foi pedido.

Estas palavras vão inteiramente para os bombeiros porque não há Direcção nem Comando sem os bombeiros, são eles o “motor” daquela casa. Um bem-haja a todos e às suas famílias que muito sofrem com esta actividade. O nosso muito obrigado, e que continuem a defender o nome da nossa casa”.
António Fraga deixa de ser comandante mas continua como delegado da Protecção Civil. “Tinha o objectivo de preparar o Nuno para lhe passar o testemunho no final do ano, porque sentia-me a chegar a um fim de ciclo. Trabalhamos sempre sobre pressão e é uma actividade desgastante.

 

 

 

 

Maria José Silva

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