O Diretor Regional da Agricultura afirmou esta sexta-feira, em Ponta Delgada, que não é possível erradicar os roedores nos Açores, apenas controlar a sua propagação, sendo necessário, para isso, um envolvimento das autoridades oficiais e da população em geral.
“É uma praga que naturalmente nós não conseguimos erradicar, apenas conseguimos controlar, com empenho e dedicação de todos”, frisou José Élio Ventura, no final de uma reunião com o Administrador Delegado da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM), Carlos Botelho.
José Élio Ventura salientou que os roedores proliferam com grande facilidade num meio com condições favoráveis, além de que “não existem nos Açores predadores naturais que permitam manter o nível populacional relativamente baixo”.
“Quanto mais alimento disponível, mais facilmente os roedores aparecem”, afirmou o Diretor Regional, acrescentando que “essa luta terá de ser de todos e implica que as pessoas tenham boas práticas, no sentido de não deixarem alimentos disponíveis”.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, e a presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, Cristina Calisto, revelaram, na semana passada, que será feita uma grande campanha de desratização nos Açores, antes do período das sementeiras, envolvendo o Governo, as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia, direcionada também à população em geral, para fazer face ao aumento do número de roedores.
José Élio Ventura adiantou que há ilhas onde o Plano de Controlo e Combate aos roedores está numa fase mais adiantada, como é o caso de São Jorge, Flores e Graciosa.
No caso de São Miguel, a ilha com maior dimensão, mais municípios e população, estão agora a ser definidas as linhas de ação do plano, com vista a uma atuação rápida e eficaz.
“Estamos a estruturar um documento de trabalho para definir as competências de cada uma das entidades. Da parte do Governo Regional já procedemos à aquisição de rodenticida. Foi hoje aconselhado à AMISM a também proceder à aquisição de rodenticida o mais rapidamente possível, tendo sido indicado, para este efeito, as substâncias ativas mais aconselháveis”, disse José Élio Ventura.
Entre as ações delineadas está a realização de ações de formação e sensibilização, campanhas publicitárias e um manual de boas práticas para distribuir pela população.
Açores 24Horas / GAcs