“Estamos no coração da Aliança Atlântica, numa região com uma importante posição geoestratégica, o que dá um significado especial a esta reunião”, afirmou o presidente da Mesa da Assembleia Parlamentar da NATO, Karl Lamers, na abertura dos trabalhos.
Lamers recordou que a reunião em Ponta Delgada é a primeira desde a Cimeira de Lisboa, pelo que um dos assuntos em discussão é saber “como incorporar (na vida da organização) o que foi decidido na histórica e produtiva Cimeira de Lisboa”.
A a´ctual situação no Médio Oriente e no Norte de África estará também no centro das atenções, tendo Karl Lamers salientado a importância de analisar como pode a NATO “ajudar a democracia”.
O especial significado da realização deste encontro nos Açores foi também salientado por José Lello, chefe da delegação portuguesa na Assembleia Parlamentar da NATO, frisando que o arquipélago se situa “entre os dois pilares da Aliança”, representando a ligação que existe entre a América do Norte e a Europa.
No mesmo sentido, o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu que “as exigências de um contexto internacional cada vez mais diferenciado nos seus desafios impõe a construção renovada de uma consciência cívica mundial assente na defesa das liberdades que coincidem com o património histórico de valores da NATO”.
Por essa razão, elogiou o recente entendimento alcançado entre os aliados para atuarem no Norte de África, recordando que é o espírito de “cooperação mútua” que faz com que a NATO seja “a mais persistente e bem sucedida aliança internacional da Idade Contemporânea”.
Carlos César salientou que esta reunião decorre “no centro do mundo”, tendo em conta o desenho dos planisférios que se estudam na escola, acrescentando que os Açores “constituem a fronteira de segurança próxima dos EUA e o nexo físico e geoestratégico da segurança cooperativa euroatlântica”.
O presidente do executivo açoriano alertou ainda: “estar no centro do mundo depende de como nos relacionarmos e do que formos capazes de ser perante o resto do mundo”.
“Todo o mapa, como se tem visto, é redesenhável”, adiantou.
Os trabalhos da Comissão Permanente da Assembleia Parlamentar da NATO, que vão decorrer durante todo o dia à porta fechada no Teatro Micaelense, começaram com um minuto de silêncio em memória das vítimas do sismo e do tsunami no Japão.
A Assembleia Parlamentar da NATO reúne legisladores dos países membros da Aliança Atlântica e de 14 países associados, tendo como principal objetivo promover o diálogo sobre os grandes problemas de segurança que se colocam à parceria transatlântica.