O comissário europeu da Agricultura admitiu hoje que Bruxelas pode aprovar medidas adicionais para apoiar o setor do leite nos Açores, mas terão de ser avaliadas no âmbito dos recursos e da legislação existentes.
Phil Hogan, que falava aos jornalistas após brindar ao leite dos Açores no ‘stand’ regional da Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, salientou que já foram implementadas, desde setembro, 23 medidas para apoiar o setor dos laticínios e outros setores e que quaisquer apoios suplementares só serão decididos após o Conselho dos Ministros europeus da Agricultura, que vai acontecer ainda durante este mês.
“Não pomos nada de parte, vou tentar ajudar dentro dos recursos que tenho e da legislação que tenho”, afirmou.
O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, que esteve reunido esta manhã com o comissário europeu, considerou que as matérias abordadas são “boas pistas de trabalho”, mas assinalou que “há necessidade de continuar a trabalhar”.
“Há um conjunto de medidas relativamente às quais não estamos inteiramente de acordo, quer em termos de diagnóstico, quer em termos de necessidade”, disse Vasco Cordeiro, indicando que vai continuar a insistir em medidas “fundamentais”, como um apoio suplementar no âmbito do POSEI (regime que estabelece medidas específicas relativas à agricultura nas regiões ultraperiféricas da União Europeia), sem quantificar valores.
“O que é necessário estabelecer é uma questão de princípio: os Açores precisam de um apoio suplementar para fazer face à crise do setor leiteiro”, vincou o governante açoriano.
Vasco Cordeiro acrescentou que convidou Phil Hogan a visitar a região para conhecer a realidade local, que é “muito particular e muito específica desde logo pela insularidade e pelo distanciamento”.
O comissário europeu visitou esta manhã a Feira Nacional da Agricultura acompanhado pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Regional (MAFDR), Luís Capoulas Santos, e parte esta tarde para Beja onde vai fazer a ligação simbólica da chegada de água do Alqueva à barragem do Roxo.
Lusa