A peça, que é apresentada às 21:30 no âmbito da digressão nacional da CNB, foi criada a convite da CNB por Tiago Rodrigues, em torno da memória do corpo da antiga primeira bailarina Barbora Hruskova.
Ao som da música original composta por Mário Laginha, a bailarina revisita a sua carreira e as marcas que essa vida na dança traçaram no seu corpo.
“Cada dor no meu corpo corresponde a um espetáculo de dança. Já danço há mais de 30 anos. Tenho uma coleção de dores. Quando ouço Prokofiev, dói-me o joelho. Quando ouço Sibelius, doem-me as costas. Mas nem tudo é dor. Gosto de ir cedo para o palco, quando ainda só lá está o afinador de pianos”, segundo um excerto do texto do espetáculo, ditado pela voz de Barbora Hruskova.
A bailarina vai desfiando memórias de espetáculos e de dores, desmistificando a ideia romântica da facilidade e leveza das interpretações das bailarinas em palco, e apresentando a outra face de um trabalho árduo e desgastante para o corpo.
“Já fiz as contas e tenho a certeza de que já passei mais horas da minha vida a dançar do que a dormir. Sonho mais quando danço do que quando durmo. Quando danço, tudo parece um sonho mas, como tenho dores, sei que é real. Dançar dói, mas dói mais quando estou parada”, diz ainda a bailarina em palco.
Lusa