“É uma presença única na Europa que interessa valorizar”, afirmou José Pacheco, presidente da confraria, em declarações à Lusa, frisando que o chá tem vindo a “ganhar terreno às bebidas com gás”, devido às suas propriedades benéficas para a saúde.
A confraria, criada em fevereiro de 2006 para “promover e estimular a cultura e o hábito da degustação do chá”, vai hoje entronizar três novos confrades e inaugurar a exposição ‘Chá em S. Miguel, culturas e vivências’, no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, com imagens de antigas fábricas de chá, utensílios, equipamentos, acessórios e documentos relacionados com o cultivo e fabrico do chá.
José Pacheco salientou a “riqueza histórica e etnográfica” relacionada com o chá em S. Miguel, onde chegaram a existir mais de uma dezena de plantações com fábrica própria, salientando que existe um interesse crescente das novas gerações no seu conhecimento, que também se reflete num aumento do consumo desta bebida.
Para responder a esse desafio de divulgação, a confraria reúne cerca de meia centena de “estudiosos, apreciadores e amigos do chá”, que promovem eventos gastronómicos, turísticos e culturais para divulgar e valorizar esta cultura secular e um produto único.
“Ao longo do ano, realizamos ações para valorizar o chá nos aspetos histórico, gastronómico, turístico, cultural, etnográfico e social”, afirmou José Pacheco, salientando que se trata de “uma cultura muito peculiar e uma atividade que teve grande importância social e cultural na ilha de S. Miguel”.
É nesta ilha dos Açores que estão localizadas as únicas fábricas e plantações de chá atualmente existentes na Europa, que produzem os chás das marcas Gorreana e Porto Formoso.
Os confrades, entre os quais se inclui Carlos César, presidente do Governo Regional, assumem o compromisso de “defender a cultura do chá e o hábito da sua degustação”, acrescentando o presidente da confraria que “são apreciadores de chá e estão dispostos a divulgá-lo”.
A cerimónia de entronização de três novos confrades que se realiza hoje em Ponta Delgada, contará com a presença de membros de confrarias do continente e do arquipélago e terminará com um jantar temático em que “o chá será o produto base para a confeção dos pratos”, numa parceria com a Escola de Formação Turística e Hoteleira.
Lusa