O 8º Congresso Internacional de Extremófilos, que reúne a partir de hoje 350 cientistas de renome mundial provenientes de 40 países espalhados pelos cinco continentes, deve ser assinalado como sendo uma “homenagem” à biodiversidade mundial e em particular, pelo facto de se estar a realizar nos Açores, à biodiversidade dos Açores, um arquipélago extremamente rico em espécies e sua diversidade genética, habitats raros e ecossistemas.
O Director Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações, que presidiu à sessão de abertura do congresso, saudou desta forma os cientistas presentes que, até 16 de Setembro, debatem em Ponta Delgada as pesquisas, evolução e conhecimento científico relacionado com os microrganismos que vivem em ambientes extremamente hostis e letais para a maioria dos outros seres vivos, designados de extremófilos.
“Consideramos que a escolha dos Açores foi adequada dadas as nossas especificidades e particularidades, nomeadamente no que se refere aos organismos que são o objecto da vossa investigação, os extremófilos”, sublinhou Paulo Menezes, reiterando o apoio do Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Ciência Tecnologia e Equipamentos, à organização do evento que tornou possível a sua realização nos Açores.
O governante enquadrou o contributo científico da Região no panorama nacional e mundial, referindo que, em termos de investigação científica, o Governo Regional tem vindo a colaborar com os Centros de Investigação sediados nos Açores, investindo financeiramente para que esses centros possam desenvolver um trabalho que se pretende que seja do mais alto nível.
“Estes apoios estão regulamentados pelo Plano Integrado para a Ciência Tecnologia e Inovação, ferramenta esta que está, actualmente, também em reapreciação”, anunciou o Director Regional. Durante o próximo ano o Governo dos Açores deverá apresentar um novo enquadramento jurídico no âmbito do sistema de incentivos para a promoção da ciência, tecnologia e inovação da Região Autónoma dos Açores.
Paulo Menezes disse ainda que “temos consciência que ainda há muito para fazer. No entanto temos vindo a dar passos seguros que, estamos certos, irão melhorar todos estes aspectos. Todo o nosso edifício legislativo tem vindo a ser reequacionado e reformulado no que diz respeitos a estas matérias, quer criando áreas protegidas, quer regulando o acesso a estes recursos”.
A propósito de 2010 Ano Internacional da Biodiversidade, o membro do executivo açoriano fez questão de partilhar com a comunidade científica internacional que “conseguimos recuperar uma espécie em vias de extinção, o Priolo, uma ave terrestre rara, endémica dos Açores, que habita na flaresta Laurissilva existente no Pico da Vara, nesta ilha de São Miguel, e pelo reconhecimento de uma nova espécie para a biodiversidade açoriana, o Painho de Monteiro, ave marinha que, ao que se sabe, nidifica, unicamente, nos ilhéus da ilha Graciosa”, referiu Paulo Menezes.
Neste sentido, acrescento que nos Açores o Governo Regional tem feito um forte investimento na preservação dos recursos naturais porque são reconhecidos seu o potencial em diversas vertentes, ao mesmo tempo que se procura estimular a investigação científica baseada nas nossas especificidades da Região.
A Presidente da Comissão Organizadora, da Universidade Nova de Lisboa e Vice-Presidente da Sociedade Internacional de Extremófilos, elegeu Ponta Delgada para a realização deste importante evento de modo a divulgar junto da comunidade científica os inúmeros ambientes extremos que a ilha de S. Miguel alberga e de onde, ao longo das últimas três décadas, têm sido isolados microrganismos com características espantosas.
Os extremófilos habitam ambientes em fontes geotermais de profundidade ao largo dos Açores e nas freguesias das Furnas e Ribeira Quente, e têm desempenhado um papel muito importante na investigação científica, com variadíssimas aplicações na indústria farmacêutica, alimentar, etc.
