“Nós conseguimos ver Marte na Terra através do vulcão dos Capelinhos”, afirmou James Garvin em entrevista à agência Lusa via telefone, a propósito da expedição da NASA que usou o vulcão da ilha do Faial para treinar a exploração da paisagem de Marte.
James Garvin falava à Lusa no âmbito das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, nas quais participará, na quarta-feira, pelas 16:30, em direto através de uma plataforma digital.
A iniciativa GLEX-Global Exploration Summit é um evento digital em ‘live streaming’ e contará com vários oradores além James Garvin.
A expedição levou cientistas da agência espacial norte-americana (NASA), do Reino Unido e de Portugal a estudar o vulcão que nasceu do mar no final dos anos 1950, em condições muito semelhantes às que se terão verificado em Marte há mil milhões de anos.
James Garvin, que dirigiu o departamento científico da NASA entre 2004 e 2005, afirmou que o vulcão dos Capelinhos é “absolutamente importante” para a ciência planetária e um “livro aberto” para os cientistas.
“São muito poucos os sítios na Terra onde podemos ver um sistema vulcânico desde o nascimento até ao seu estado posterior de vida. O vulcão dos Capelinhos foi o primeiro que os cientistas de vários países estudaram de forma tão cuidadosa”, observou o cientista-chefe do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA.
Para o cientista, o vulcão dos Capelinhos deveria ser “usado como laboratório” permitindo estudar o sistema vulcânico em Marte para perceber se “talvez existem” antigos registos de vida naquele planeta.
Lusa